Rio anuncia investimentos de 40ME até ao final do mandato. Oposição fala em eleitoralismo

Ricardo Rio, que lidera o executivo de direita na Câmara de Braga, diz que vai investir 40 ME até ao final do mandato. O projeto mais emblemático, que será lançado “até julho” embora estivesse previsto para o mês de maio, diz respeito à obra do S. Geraldo e Pé Alado, orçada em 14 milhões de euros.
A informação foi partilhada pelo próprio, na reunião do executivo desta segunda-feira, a propósito de alguns apoios financeiros atribuídos a entidades, que não mereceram a concordância de todas as forças políticas.
O PS votou contra a verba atribuída a Merelim S. Pedro, para requalificar a sede da Junta, por considerar a medida eleitoralista.
Já o presidente da Câmara, Ricardo Rio, considera que em causa estão “projetos consensuais e urgentes” que gostaria de já ter lançado, algo que não foi possível por terem de “cumprir as tramitações necessárias do ponto de vista técnico e formal”. “São projetos que estão a chegar à fase decisiva de lançamento neste momento, portanto, não deixaremos de o fazer pelo facto de estarmos a 4 ou 5 meses das eleições”, denotou o autarca.
Artur Feio não concorda que “se façam investimentos nas freguesias que são puramente eleitoralistas
O vereador do Partido Socialista, Artur Feio, lamenta que Ricardo Rio esteja a fazer o que “tanto criticou” relativamente à gestão de Mesquita Machado, que é “imiscuir-se no futuro próximo da cidade”.
“Aquilo a que assistimos no final do mandato é a um conjunto de obras de pequena monta em grande quantidade, que têm muito este cariz de colocar as freguesias e os atuais presidentes de junta a mostrar algum serviço à sua população”, criticou o socialista. Considerando esse feito “normal”, Artur Feio não concorda que “se façam investimentos nas freguesias que são puramente eleitoralistas, nomeadamente na reabilitação e remodelação de uma sede de uma junta de freguesia num valor de um milhão e trezentos mil euros, dividida em três anos”. “Fosse numa Junta do PS ou outra não concordaríamos com este compromisso trienal, que o município assume para quem vier a seguir”, acrescentou.
Ricardo Rio adiantou, no decorrer da reunião, que, em breve, será também analisado em reunião de Câmara o centro cívico, que a Freguesia de Espinho, liderada pelo PS, ambiciona.
Para Feio, há que distinguir as obras em causa, porque, por exemplo, “um centro cívico tem outra dimensão social que não tem o investimento na própria Junta”. “Olhamos para os investimentos mediante o que significam para as populações”, disse ainda o vereador da oposição.
Sá Leite, escolas e vias rodoviárias incluídos nos investimentos a realizar até ao final do mandato
Do lado da CDU, Vítor Rodrigues diz que é “difícil, numa altura destas, destrinçar aquilo que são questões absolutamente estruturais do que não são, numa altura que se pode ter por conveniente para lançar projetos”. O comunista acusa a maioria de direita de ser incapaz de realizar alguns dos investimentos, “por opção política”.
“Pensamos que é importante que os investimentos que são necessários para melhorar as condições de vida das populações e do funcionamento até dos órgãos autárquicos aconteçam, independentemente da altura em que se façam. Depois, se esta gestão é feita em função dos calendários eleitorais, eu creio que os próprios eleitores saberão dar uma resposta a isso”, finalizou.
Ricardo Rio nega que em causa estejam projetos eleitoralistas, considerando-os “necessários para a cidade, para qualificar as diferentes áreas da governação”. “Seguramente que ninguém quereria esperar para lançar a obra e retardar ainda mais a sua concretização e, portanto, não é a mesma situação que nós tivemos em 2013, quando boa parte do nosso orçamento municipal tinha que ser canalizado para fazer face a obras ou opções de gestão erradas”, atirou. Rio garante que em causa não estão empreitadas “inventadas à última hora”. “Em relação às juntas de freguesia, não há nenhum reforço de verbas face àquilo que era a tramitação normal e a delegação normal de competências”, finalizou.
No envelope financeiro de 40ME estão incluídas obras como “o Pavilhão Flávio Sá Leite, novidades de equipamentos escolares, intervenções em vias rodoviárias, equipamentos de outra natureza”.
