Ricardo Rio diz que “situação do Hospital de Braga é inaceitável”

O presidente da Câmara de Braga diz estar “preocupado” com os sucessivos constrangimentos no hospital da cidade, que, no seu entender, são “muito graves” e “põem em risco a capacidade de resposta à população”.

O Hospital de Braga tem registado constantes encerramentos da Urgência de Obstetrícia e Ginecologia e do Bloco de Partos e reduziu, desde quarta-feira, de 32 para 20 o número de camas disponíveis nos Cuidados Intensivos. Em causa está a recusa dos médicos em fazerem mais do que as 150 horas extraordinárias previstas na lei.

Em declarações à RUM, Ricardo Rio lembra que era desejável que este “fosse um hospital de excelência, que fosse um serviço de grande qualidade à população, mas não é o que está a acontecer” e este é um cenário “que ainda se poderá agravar nos próximos tempos”.

“Quando o hospital foi estruturado, foi tido em conta o seu raio de influência. Por mais que se possa dizer, como aconteceu no caso da obstetrícia, que é possível reencaminhar parturientes para outros hospitais ou que possa existir uma resposta complementar ao nível dos cuidados intensivos por parte de outras unidades de saúde, a verdade é que a proximidade é um ativo em saúde e a capacidade de resposta pode, em situações de limite, fazer a diferença entre alguém ter um atendimento capaz ou não em relação às suas circunstâncias”, apontou o autarca.

Ricardo Rio diz ainda que “a situação do Hospital de Braga é inaceitável” e apela “a uma ação muito determinada por parte do Ministério da Saúde para fazer aquilo que não fez até agora, que é criar condições de maior atratividade para a fixação de profissionais no setor público e, obviamente, se não o conseguir fazer, encontrar outros modelos de gestão, como aqueles que Braga já usou, que dão outra flexibilidade e criam outros fatores de atratividade para esses mesmos profissionais, ou necessariamente encontrar respostas num setor privado que existe e que também o poderá complementar faça as insuficiências que possam existir no setor público”.

Ricardo Rio considera que Braga teria a ganhar com a gestão do Hospital a ser entregue a uma PPP, como já aconteceu no passado com o grupo Mello. “Desde que devidamente reguladas, e numa parceria pública ou privada tem que existir sempre um escrutínio e uma transparência para garantir que há uma partilha de risco e de responsabilidade entre os dois parceiros, o instrumento de parceria pública ou privada confere outros graus de liberdade em termos de gestão que infelizmente a gestão pública não tem”, argumentou. Em causa, não está, segundo o social democrata, “uma responsabilidade direta da administração do Hospital de Braga, mas o conjunto de opções que poderiam ter de ponto de vista da gestão para eventualmente não ter que depender, como agora acontece, de uma resposta de cariz extraordinário”. 

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Liliana Oliveira
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