Restrições no comércio. “O Governo está a tentar fazer uma equação impossível”
O director-geral da Associação Comercial de Braga (ACB) considera que o Governo devia “tomar uma opção mais clara” em relação à actividade comercial. Em causa as restrições previstas para as próximas duas semanas.
Nos 127 concelhos que estão nos dois níveis mais altos de risco de contágio (extremamente e muito elevado), mantêm-se as regras ao fim de semana de encerramento às 13h para os restaurantes e estabelecimentos comerciais, que são ainda alargadas aos feriados de 1 e de 8 de Dezembro. Acresce o encerramento desses espaços às 15h nas segundas-feiras anteriores.
Na opinião de Rui Marques, “o Governo está a tentar fazer uma equação de resultado impossível”. “Por um lado, mantém as empresas em funciomaneto, mas, por outro, reduz ao máximo as deslocações das pessoas. O principal problema das empresas é que não têm clientes”, argumenta.
Posto isto, o responsável da ACB considera que o executivo tem duas hipóteses: “Tomar a decisão de encerrar durante um determinado período de tempo os estabelecimentos e suportar esses custos ou levantar estas restrições, que são tão significativas para a actividade económica. Esta última seria a opção mais razoável”.
“Nem todas as autarquias são como a de Lisboa, que tem orçamentos generosos”
No âmbito municipal, a Câmara de Braga anunciou esta semana a isenção do pagamento das taxas de saneamento, de água e de resíduos em Novembro e Dezembro para as empresas do sector do comércio com quebras de facturação superior a 25% em relação ao ano passado. As restantes têm uma redução de 50%.
Lembrando que a autarquia prolongou também a suspensão da cobrança das taxas municipais até ao final de 2021, Rui Marques enaltece o esforço feito pelo executivo liderado por Ricardo Rio, referindo que está “a usar todos os mecanismos que tem à disposição”.
“O município não tem muitos mais instrumentos que possa utililizar para ajudar as empresas. A generalidade das autarquias tem constrangimentos financeiros. Nem todas são como a de Lisboa, que tem orçamentos generosos”, acrescenta.
