Reitor da UMinho defende a existência de mais provedores e alumni nos órgãos de gestão

O reitor da Universidade do Minho defende a existência de mais provedores, para lá do que representa o estudante, a inclusão dos alumni nos órgãos de gestão e um mandato único de seis anos para o cargo de reitor.

Rui Vieira de Castro participou, esta quarta-feira, na conferência “Autonomia e governo das Instituições de Ensino Superior segundo o RJIES”, no IPCA.

O responsável máximo da academia minhota considera que o fenómeno do assédio e do bullying têm tendência a aumentar e, por isso, a revisão do Regimento Jurídico deve prever a criação de mais provedores.

“Ao lado do provedor do estudante devia ser explorada a possibilidade da existência de outros provedores. Nós no Minho temos o órgão provedor institucional, que me parece que pode ser uma experiência interessante para as instituições”, apontou Vieira de Castro, considerando que “estes fenómenos muitas vezes nos surpreendem pela sua dimensão e demonstram que os mecanismos não se revelam suficientes”.

O reitor da UMinho diz ainda ser pertinente “trazer os alumni para alguns destes órgãos de gestão”. “Eles tiveram a experiência da própria instituição, estão envolvidos em contextos de trabalho e isso permite-lhes uma leitura retroativa, provavelmente muito interessante para as próprias instituições”, justificou.

Para o responsável, “é claro que uma inflexão na opção que foi tomada lá atrás, de participação de membros da comunidade nos órgãos de governo, seria claramente um retrocesso”.

Rui Vieira de Castro defende mandato único de seis anos para reitores

Para Vieira de Castro, o cargo por si ocupado, o de reitor, deveria seguir o exemplo espanhol e ser exercido num mandato único de seis anos. “O colégio eleitoral devia ter uma composição mais alargada. A eventual associação do Conselho Geral ao Senado Académico poderia ser uma forma de alargar este colégio. Do meu ponto de vista, mesmo que a eleição seja retirada do âmbito estrito do Conselho Geral, isso não invalida a relevância daquele órgão”, afirmou Rui Vieira de Castro.


O responsável máximo da academia minhota considera que “as instituições atingiram um nível de maturidade e de relevância que aconselharia a que talvez se pudessem abrir espaços para que elas possam definir em alguma medida as suas estratégias científicas”. “A acreditação programática continua a ser algo que é objeto de regulação externa, na independência da qualidade que o próprio sistema interno de garantia de qualidade possa ou não ter. Esta, a meu ver, era uma área em que podia ser explorada uma maior autonomia das instituições”, exemplificou.

Para o reitor, para a autonomia financeira “poder ser exercida tem que haver dinheiro” e a situação atual “é bastante complexa”. “É de valorizar o trabalho que esta equipa, liderada por Elvira Fortunato, tem vindo a fazer no sentido de reforçar a dotação para as instituições de ensino superior, mas nós continuamos com gravíssimas limitações”, acrescentou.

O reitor alertou ainda para os problemas que existem nos departamentos e unidades orgânicas no sentido de “mobilizar pessoas a assumir projetos para as unidades”. “A dispensa de serviço docente, algo que não está previsto, para os diretores, face à complexidade da gestão de uma unidade orgânica, requer uma dedicação em exclusividade e a existência de mecanismos que possam servir de estímulo devia ser ponderado”, adiantou.

Rui Vieira de Castro defenda ainda “a possibilidade da existência de serviços partilhados entre instituições e, até, ser alargada à interação com instituições estrangeiras”. 

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Liliana Oliveira
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