Regresso às aulas em Braga: “Faltou alguma preparação”, dizem pais
Os pais e avós das crianças da Escola Básica do Bairro da Misericórdia, em Braga, dividem-se sobre o grau de segurança no regresso às aulas. Hoje, cerca de 650 mil crianças voltam às creches, pré-escolar e 1º ciclo, depois de dois meses em casa.
“Faltou alguma preparação, o anúncio da reabertura foi feito muito em cima”, diz à RUM Camila Vieira, mãe de uma das várias crianças que hoje, às 9h, voltaram à escola pertencente ao Agrupamento de Escolas Francisco Sanches.
Camila é uma das que defendia o maior tempo entre a declaração de António Costa da passada quinta-feira e a reabertura das escolas. Já Manuel Lopes, avô de uma das crianças, refere que havia condições para o regresso porque “nota-se que as pessoas estão a proteger-se”.
Também para Ana Paiva, mãe de uma das crianças, “há condições” para voltar mas “os miúdos descuidam-se na máscara” e muitas vezes “não respeitam” a obrigação.
Já o avô Manuel Abreu esteve com a neta durante o período de encerramento das escolas e considera que o mais seguro seria continuar assim. “Preferia tê-la em casa, estava muito melhor lá do que aqui metida”, refere, assinalando que “daqui a quinze dias volta a fechar tudo” porque “as pessoas não respeitam” as regras sanitárias.
Opinião diferente é a de Patrícia Costa, mãe de uma das crianças, que considera que as aulas na escola “deviam ter recomeçado há mais tempo”, admitindo já algum desgaste do seu filho com o ensino à distância.
“Já perderam o ano todo”
Sobre o período de aulas em casa, a maioria dos entrevistados concorda que a aprendizagem não é a mesma. Ana Paiva diz mesmo que a sua filha “já perdeu o ano letivo todo” porque aprender à distância “não tem nada a ver” com aprender na escola.
Patrícia corrobora e diz que as crianças “não aprendem” o mesmo em casa e Manuel Abreu acrescenta que, em casa, os mais novos “ficam perturbados e muito irrequietos”.
Já Manuel Abreu diz que, “se houver condições” e “vontade”, as crianças aprendem o “mesmo em casa ou aqui na escola”.
