Reclusos do Estabelecimento Prisional de Braga recebem 550 cartas de Natal
“Escrevo-te sem saber o teu nome ou a tua história, mas com a certeza que tens um coração. Então hoje escrevo ao teu coração. Hoje, é dia de renascer. É dia de acreditares que tens dentro de ti a capacidade de recomeçar. Abre a porta do teu coração, deixa a graça de Deus brilhar na escuridão”. Este é um pequeno trecho de uma das 550 cartas enviadas como resposta ao desafio lançado pela Pastoral Penitenciária da Arquidiocese de Braga, “Neste Natal, escreva uma carta ou um postal a um Recluso”.
O Natal é uma época de família e em que a solidão pode ser ainda mais dolorosa. “É a noite mais humana que se vive num estabelecimento prisional”, afirma o Padre João Torres, mentor do projeto.
Graças às redes sociais, a iniciativa recolheu contributos de todos os distritos do país, mas também de países como França, Suíça e Brasil, num total de 550 cartas.
O Padre João Torres fala numa experiência que pretende humanizar o Natal e cultivar a necessidade de darmos como sociedade segundas oportunidades. “Não é o Natal ideal, mas sim real de quem está detido e pensa na sua própria história e como seria diferente se não tivesse cometido um crime”.
As cartas serão entregues, em mão, pelo Padre João Torres na noite de consoada. No sapatinho, os perto de 220 reclusos de Braga e Guimarães, vão receber um kit de higiene pessoal e uma tablete de chocolate, oferecidos pelo arcebispo primaz de Braga, D. José Cordeiro.
