Quintas têm condições para realizar casamentos em segurança, garante sector

Na área operam mais de 7 mil empresas em Portugal. Empresários do sector exigem ao Governo que divulgue as medidas de segurança para regresso ao activo.

As empresas dedicadas ao sector dos casamentos pedem ao Governo que acelere a divulgação de medidas para a retoma destes eventos. Jorge Ferreira, da BestEventsempresa organizadora de feiras e eventos como a Braga Noivos, alerta que a ausência de directrizes “está a complicar muito a situação destas empresas”. O sector lamenta ter sido “esquecido” pelo Governo quando estudou a reabertura de restaurantes, considerando que um olhar mais cauteloso para um sector tão importante para a economia do país permitiria a realização de casamentos já no mês de Junho.

“Temos condições para avançar com este tipo de eventos. Imagine que um restaurante tem capacidade para 80 pessoas e que consiga trabalhar para 40, uma quinta com capacidade para receber 300 pessoas, pode perfeitamente fazer eventos com 100 e isso já permite fazer uma grande parte dos casamentos”, sugere Jorge Ferreira em declarações à RUM.

Em média segundo um estudo levado a cabo recentemente, um casamento em Portugal reúne 147 pessoas, por isso, Jorge Ferreira afirma que é possível criar as condições necessárias para o distanciamento durante o banquete. O problema, assume, está na festa depois disso. “Conseguimos perfeitamente distribuir as pessoas pelo espaço garantindo o distanciamento durante o banquete, que é muito superior ao que existe no restaurante”, atesta. Os empresários do sector admitem maior dificuldade na gestão da última fase do casamento, a festa depois do banquete, mas Jorge Ferreira sublinha que “com regras de segurança é possível controlar a situação”.

“Nenhuma empresa sobrevive sem trabalhar durante um ano e meio”

A indústria dos casamentos alerta que nenhuma empresa sobrevive sem trabalhar durante um ano e meio e por isso é urgente tomar medidas para permitir a realização destas cerimónias. O secretário de estado já tem um manual de boas práticas enviado por um conjunto de empresas portuguesas ligadas ao ramo.


O empresário Jorge Ferreira assinala que o impacto económico do sector é brutal na economia do país não pode ser desvalorizado. Feitas as contas, os casamentos em Portugal movimentam em média 4 mil milhões de euros por ano.

Para avaliar o verdadeiro impacto da pandemia neste sector, a BestEvents e a revista ‘I Love Brides’ elaboraram um inquérito junto das empresas que trabalham no universo “wedding” para demonstrar o real valor que esta indústria representa para a economia nacional. O estudo baseia-se numa amostra de 257 empresas dos diversos sectores que actuam neste mercado e decorreu entre os dias 30 de Abril e 6 de Maio. Participaram empresas dos

seguintes sub-sectores: ourivesarias; espaços; catering; cake designers; wedding planners, fotografia e videografia; decoração; convites e lembranças; vestuário para noiva e acessórios; vestuário para o noivo e acessórios; cabelo e make-up; ramo da noiva; animação; aluguer de viaturas; e lua-de-mel.


O primeiro dado aponta para um número médio de 147 convidados por casamento cujo valor médio do banquete é de 96€ por pessoa. Juntando todos os serviços contratados pela maioria dos noivos e incluindo ainda os custos

associados ao processo burocrático e religioso, o valor médio gasto na organização de um casamento é de 35.289€Mas a indústria do casamento não fica por aqui. Nestes valores é essencial incluir também os gastos com vestuário, cuidados de beleza e acessórios dos convidados, assim como as prendas que são oferecidas aos noivos. 


Assim, juntando o número médio de convidados (147) e os valores médios gastos em todos os serviços contratados, atinge-se facilmente ao valor de 89.834€ por boda. Ou seja, um só casamento chega a movimentar 125.123€.

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2019 realizaram-se 32.595 matrimónios em Portugal. Destes, 10.037 são religiosos, 22.404 são uniões apenas com cerimónia civil, e 154 de outro tipo. “Estes dados comprovam que a indústria wedding movimenta mais de 4 mil milhões de euros por ano. Quase 2% do PIB”, sustenta Sura Mota, directora da revista “I Love Brides”, uma das principais publicações portuguesas dedicadas

ao universo bridal.

Ainda assim, o estudo não inclui a totalidade de serviços e produtos associados a muitos destes eventos de forma indireta, como as deslocações e alojamento de convidados, nem os ‘Destination Weddings’ – casamentos de estrangeiros realizados em Portugal.


“Estes dados levam-nos a concluir que não podemos olhar para os casamentos como o parente pobre do sector dos eventos. Muito pelo contrário. É uma área onde operam mais de 7 mil empresas em Portugal.


A expectativa é que em Outubro e Novembro se registe um acréscimo de casamentos, mas com tantos adiamentos nos meses de Maio e Junho, muitos estão a ser adiados para o próximo ano.


Jorge Ferreira antevê um acréscimo de casamentos para Outubro e Novembro. A situação é delicada para os empresários do sector, mas também para os noivos, realça. Segundo o empresário, as datas limitam os espaços até porque em Agosto, por exemplo, muitos espaços realizam casamentos todos os dias do mês. “Estamos entre todos a passar indicações para trabalharmos sempre com uma janela de dois meses. Os noivos que estavam previstos casar em meados de Junho, estamos a aconselhar a esperar mais um bocado para ver o andamento das coisas antes de tomarem decisões de adiamento”, conclui.

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Elsa Moura
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Sara Pereira
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