Quebra de 200 milhões no comércio é “surpreendente e impactante”, admite ACB

O comércio em Braga facturou menos 200 milhões de euros entre Março e Junho, em comparação com o período homólogo do ano passado. A quebra de 20%, verificada no período mais crítico do estado de emergência no país, é repartida pelos sectores do turismo, restauração, comércio e serviços.
O turismo, com menos 75% de receitas, foi mais afectado, seguindo-se a restauração, com 45%, e o comércio e serviços, com 20%. Apesar da retoma gradual da actividade, espelhada pela chegada de mais turistas a Braga, o director-geral da Associação Comercial de Braga (ACB), Rui Marques, reconhece que os 200 milhões de euros são um valor “surpreendente e impactante”.
“É um impacto significativo e que gera apreensão quanto à sustentabilidade do comércio”, admite o responsável, alertando que “a facturação insuficiente das empresas para cobrir custos” pode levar “a tomada de decisões mais drásticas”, como o despedimento de pessoal ou mesmo o fechar portas. “Era necessário evitarem-se estas decisões mas o comportamento da procura não se decreta”, lamenta.
Apesar da situação alarmante, Rui Marques estima que o mês Julho tenha sido mais favorável ao nível da facturação, sobretudo pela chegada dos turistas. “Ainda não temos dados mas a expectativa é a de que o desempenho tenha sido melhor do que em Junho, isto porque já fez sentir a chegada de outro tipo de clientes à cidade, não só locais mas também turistas, que ajudam à aceleração da retoma”, assinala.
