Quase 55 mil jovens já se candidataram ao Ensino Superior

Com o concurso nacional de acesso ainda a quatro dias do fim, o número de candidatos ao ensino superior aproxima-se do de 1997, quando se registou o maior número de candidaturas às universidades e politécnicos públicos dos últimos 24 anos. Nesta quarta-feira, o total de aspirantes a uma vaga ascendia aos 54.733, quando em 1997 o número final na 1.ª fase fora de 54.950.

A avaliar pelo ritmo diário de candidaturas, a fasquia de 1997 poderá ser ultrapassada ainda nesta quinta-feira. E, a confirmar-se, 2020 tornar-se-á o segundo ano com mais candidatos desde que o concurso nacional de acesso se estreou, nos moldes actualmente em vigor, em 1996. Nesse ano houve 68.797 candidaturas.

Esta subida acontece num ano em que, devido à covid-19, os alunos do secundário estiveram quase dois meses sem poder ir à escola, tendo aulas à distância. E também no ano em que os exames funcionaram apenas como provas de ingresso no ensino superior, não contando para a conclusão do ensino secundário como tem sido a norma.

Também por causa da actual pandemia que levou ao adiamento dos exames nacionais, o concurso de acesso iniciou-se um mês mais tarde do que é habitual: a 1.ª fase começou a 7 de Agosto e terminará a 23, um prazo mais curto (menos quatro dias) do que o definido para 2019.

No final da primeira semana do concurso de 2020 já era perceptível que este iria fazer história. Contabilizavam-se então mais 51% de candidatos do que os registados na primeira semana de 2019 (de 27.712 passou-se para 40.983). Agora, por comparação há seis dias, há mais 13.750 candidatos, tendo-se atingido um total de 54.733.

“Haverá mais candidatos, o que constitui uma enorme satisfação, porque mostra que as famílias reconhecem que o investimento em educação é fundamental”, comentou, em declarações ao PÚBLICO, o presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES), João Guerreiro, a propósito dos números noticiados no final da primeira semana.

Mais vagas


Entre os factores que estarão a contribuir para este aumento, Guerreiro destacou o facto de, pela primeira vez, os alunos que concluíram o secundário no ensino profissional terem um concurso especial de acesso, tendo 1076 ficado em condições de concorrer por terem tido positiva nos exames regionais que foram criados para o efeito. Por outro lado, desde o ano passado passou a haver mais vagas para os cursos mais disputados, como os ligados às ciências digitais.

No conjunto estão abertas 51.408 vagas no concurso de 2020, o que constitui o maior lote desde 2013, quando foram disponibilizados 51.461 lugares. Aliás, desde 1996 só existiram quatros anos com mais vagas do que em 2020: 2010, 2011, 2012 e 2013.

Há ainda a destacar o facto de a média dos exames nacionais ter subido cerca de três valores, existindo assim também mais alunos habilitados a concorrer ao superior – o que só é possível com uma nota mínima de 9,5 numa escala de 0 a 20 valores. Mas a subida das notas dos exames deverá também provocar um aumento das médias de ingresso no ensino superior e tornar assim mais difícil a colocação de candidatos nos cursos que escolheram como primeira opção, como têm alertado professores do superior. 

c/ Público

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