Quaresma garante: “Vou acabar a carreira no Vitória”

Não podia ser mais peremptório. Ricardo Quaresma assegurou esta terça-feira que vai terminar a carreira no Vitória SC. Na conferência de imprensa de apresentação como reforço do clube, que decorreu no Paço dos Duques de Bragança, o atleta de 36 anos falou também dos motivos que o levaram a assinar pelos vitorianos e deixou entreaberta a porta da selecção portuguesa.
Explicando que “nunca falou” com ninguém do Boavista e que “não houve muitas conversas” com o FC Porto, o avançado refere que os factores que o levaram para Guimarães foram a “confiança” depositada pela estrutura do Vitória SC e pela equipa técnica liderada por Tiago Mendes, com quem jogou na selecção, e questões familiares.
“Estava na altura de voltar a Portugal e não podia acabar a minha carreira num clube qualquer. Então decidi acabar no Vitória. O Vitória é grande e, se Deus quiser, vamos ser maiores”, complementa.
Ricardo Quaresma assinou contrato por duas temporadas, com mais uma de opção. Numa altura em que é proibida a presença de público nas bancadas por causa da pandemia, o internacional português confessa que não quer terminar a carreira “sem sentir o carinho dos adeptos e ver o estádio cheio”.
Garantindo que as suas características se mantêm intactas e que “continua o mesmo jogador”, o atleta que vai representar o nono clube como sénior assume a vontade de “dar tudo pelo Vitória”, mostrando-se disponível para “qualquer coisa que o Tiago queira fazer”, independemente da tática utilizada. “Estou cá para ajudar”, completa.
Ao serviço da selecção de Portugal, Ricardo Quaresma contabiliza 10 golos em 80 jogos, o último dos quais no Mundial da Rússia, há mais de dois anos. Sobre a possibilidade de regressar às escolhas, o avançado diz estar “disponível” se Fernando Santos o “quiser convocar”, mas garante que “a principal preocupação é ajudar o Vitória a alcançar todos os objectivos”.
Carlos Freitas fala num “dia especial para o Vitória” e na vontade de conquistar títulos
19 anos depois de terem trabalhado juntos pela primeira vez, Carlos Freitas e Ricardo Quaresma voltam a encontrar-se. “Isto faz-me lembrar os dois primeiros títulos colectivos que ele conquistou [um campeonato e uma Taça de Portugal ao serviço do Sporting]. Espero que isso seja prenúncio de mais títulos em conjunto e no mesmo balneário”, recorda o actual director-geral do Vitória, que era director-desportivo do clube leonino na época 2001/2002, a primeira como sénior do avançado.
Carlos Freitas confessa que o facto de estar ligado ao regresso de Ricardo Quaresma a Portugal o “enche de orgulho”, referindo que, “ao fim de mais de 20 anos de carreira, provavelmente esta foi das apresentações mais especiais”. “Hoje é também um dia especial para o Vitória”.
Independentemente da idade, já que, no seu entender, “o cartão de cidadão é um detalhe”, o dirigente considera que o avançado “personifica como ninguém a aposta na juventude” que o Vitória SC tem adoptado. “Quem o conhece sabe que, se o associarmos a alguns adjectivos, terão a ver com irreverência, arrojo, personalidade, atrevimento, factores tão característicos das mais tenras idades”, detalha.
Ao longo da carreira, Ricardo Quaresma já coleccionou 20 títulos como sénior, incluindo um Campeonato da Europa e uma Liga dos Campeões, a que se juntam um campeonato nacional de juvenis e um Europeu sub-17. Carlos Freitas não tem dúvidas de que o estatuto do atleta vem “dimensionar a marca Vitória” e “encorajar o clube em relação ao caminho que tem sido traçado”. “Estamos seguros que o Ricardo será uma peça decisiva neste crescimento”, sintetiza.
