PSP e GNR de Braga contra a proposta do Governo para subsídio de risco

“Não aceitamos esmolas” ou “Só não há dinheiro para os polícias”. Estas são duas das mensagens que os agentes da PSP e GNR de Braga seguravam, esta quarta-feira, num protesto, que já dura há três dias e se prolongará aé ao próximo dia 21 de julho. Em causa, está a insatisfação destas forças face à proposta do Governo para o subsídio de risco.

A 30 de junho, data limite para o Governo apresentar a proposta, surgiram os números: 100 euros por mês para os elementos em funções de ronda e patrulha, 90 euros para quem têm funções de comando e 80 euros para os restantes operacionais da PSP e GNR. No entanto, na prática, o suplemento é de 68,96 euros para quem recebe o suplemento de patrulha, 58,96 para quem recebe o suplemento de comando e 48,96 euros para os restantes polícias, uma vez que, atualmente, a componente fixa do suplemento de serviço nas forças de segurança é de 31 euros. O ministério da Administração Interna informou ainda que este é um compromisso que terá “um valor total superior a 43 milhões de euros”.

Em abril, os sindicatos e associações defenderam um subsídio a rondar os 340 euros. Era esta a expectativa dos agentes. “Esperavámos uma proposta digna e o Governo não mostrou uma postura honesta. Nos outros órgãos de polícia criminal, pelo mesmo risco, é auferido um subsídio que ronda os 400 euros. Não achamos correto, porque nao somos polícias de segunda”, disse em entrevista à RUM, Rui Moreira, polícia há mais de 20 anos.

Perante a proposta do Governo, “os polícias de Braga, sem se quererem vincular a nenhum sindicato ou movimento, organizaram um protesto para mostrar o descontentamento”. Diariamente, desde segunda-feira e até 21 de julho, data da reunião dos sindicatos da polícia com o Governo, entre as 16h30 e as 18h30, os agentes policiais concentram-se junto ao Comando Distrital da PSP. Pedem “esmola para o Governo” e seguram cartazes, que traduzem aquilo que dizem ser “um insulto”.

Sociedade civil junta-se ao protesto das forças policiais 


Sofrem “retaliações, pessoas que reagem violentamente, há viaturas vandalizadas e colegas agredidos”. “Não consigo explicar que a minha vida valha menos que a de outros colegas de órgãos de polícia criminal, quando somos os primeiros a responder a todo o tipo de ocorrências, violentas ou não”, explicou Rui Moreira.

No último ano, apesar de o número de intervenções policiais ter diminuído, por força da pandemia, “o número de agressões manteve-se”. “Faleceram três colegas, um deles não estava de serviço, interviu numa situação de violência doméstica e perdeu a vida para cumprimento da sua missão”, lembrou.

O protesto junta agentes e civis, que consideram “injusta” a situação e, por isso, se mostram solidários. Goreti Machado juntou-se aos polícias esta quarta-feira. Conhecedora do “trabalho da PSP e do risco constante a que a polícia está sujeita”, esta bracarense considera “injusta a descriminação do Governo”.

Caso da reunião do Governo com os sindicatos não resultem alterações à proposta, os polícias avaliarão novas formas de luta. A tabela remuneratória, lembra Rui Moreira, “não é atualizada há vários anos e polícias desmotivados serão sempre piores polícias”.

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Liliana Oliveira
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