PS tenta travar venda do estádio até 2025, mas Ricardo Rio só não vende se não conseguir

Os vereadores do Partido Socialista em Braga sugeriram esta terça-feira ao presidente da Câmara Municipal, Ricardo Rio, que desista de alienar o Estádio Municipal até ao final deste mandato. Acusam ainda Ricardo Rio de se ter aproveitado politicamente do investimento em torno do estádio para não investir onde a cidade mais precisou nos últimos dez anos. Em resposta, além de recusar as acusações, o autarca assegurou que o objetivo de alienar o estádio antes de deixar a CMB se mantém.

Na reunião camarária desta terça-feira, o tema foi levantado pelo socialista Artur Feio, e a discussão prolongou-se. Assinalou que em 2013 faltavam pagar 39ME do estádio e acusou Ricardo Rio de vender as ações que a CMB detinha do SCB por 200 mil euros quando aos dias de hoje as mesmas valem 20ME. 

“Restavam pagar 39Milhões de Euros independentemente de quanto o estádio tenha custado. O esforço que o município teve não é inibidor de qualquer investimento na cidade. Por outro lado, é incompreensível aquela atitude que criticamos na altura de vender as ações a preço simbólico e sem qualquer critério, diminuindo capacidade e encaixe que seria hoje determinante para o equilíbrio de contas”, frisou. Os socialistas aproveitaram o momento para pedir uma discussão prévia com todo o executivo antes de avançar para a venda do estádio, sugerindo até que o mesmo não seja alienado neste mandato por faltar já pouco tempo para concretizar o negócio. “Não me parece que já no final do seu mandato seja politicamente democrático alienar algo que, provavelmente quem vem a seguir, não tem o mesmo entendimento”, começou por argumentar. No entanto, Ricardo Rio rejeitou essa possibilidade, sustentando que “a opção está legitimada politicamente e é válida até ao final do mandato”. “Se se concretizar, será quando for possível”, disse, acrescentando que a avaliação que está a ser feita tem em conta padrões à escala internacional, dando como exemplo o estádio Parque dos Príncipes, em Paris, avaliado recentemente em 30ME.

Já em resposta aos investimentos não concretizados por causa da fatura a pagar pelo estádio durante esta última década, Ricardo Rio diz que são cerca de 61ME e não 39ME, valor que será liquidado na totalidade até 2027. “Por ano são mais de 6ME, a acrescentar às prestações de renda da SGEB, perfazendo anualmente cerca de 15% dos encargos nos sucessivos orçamentos municipais”, recordou. “Retirar quase 15% de receita de um ano é conduzir a um leque de investimentos muito reduzido. Foi um problema com que tivemos de lidar todos estes anos”, analisou, para logo acrescentar que quem entrar em 2025 já não terá constrangimentos destes.

Já sobre as ações vendidas, Ricardo Rio diz que a realidade da altura não é a realidade dos dias de hoje, sustentando ainda as duas décadas de constrangimentos financeiros do SCB. “Na altura ninguém esperaria que as ações seriam transacionadas por um valor superior. Prognósticos só no fim do jogo. A empresa Braga SAD foi uma empresa que durante duas décadas nunca ultrapassou aqueles valores. Não era um ativo estratégico para a câmara”, justificou. 

Em dez anos a CMB gastou 9ME em mobiliário, tendas, aluguer de palcos e aluguer de equipamentos


Ainda numa crítica à estratégia de investimentos da coligação Juntos por Braga, o vereador socialista detalhou outros gastos e comparou-os até com municípios vizinhos. 

“Em dez anos o senhor gastou em mobiliário, tendas, aluguer de palcos e aluguer de equipamentos 9 milhões de euros, o município de Guimarães, 1.5ME, o de Famalicão 2.7ME e o de Barcelos, 2ME. Em serviços de publicidade, marketing e campanhas publicitárias gastou 12.1ME. Portanto, o senhor gastou o dinheiro como quis. Está na altura de dizer que o estádio não é nem nunca foi impeditivo de fazer investimentos na cidade”, especificou rematando com a constatação de que “o trânsito é a principal marca dos dez anos de liderança” da coligação de direita.

“Investimos e investimos bem. Estamos muito orgulhosos dos resultados” – Ricardo Rio


Ora, Ricardo Rio apresentou uma opinião “completamente divergente”. “Investimos e investimos bem em tudo o que entendemos investir. Estamos muito orgulhosos dos resultados que tivemos até na comparação com outros municípios que citou, percebe-se a diferença de resultados. Foram opções políticas, poderia citar outros investimentos que fizemos nas estruturas sociais, na saúde, em equipamentos educativos e em vários outros projetos que outros municípios não fizeram”, esclareceu.

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Elsa Moura
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