PS relaciona obras com “desenraizamento” do S. João; Câmara nega e promete espaço “renovado”

O PS acusa a Câmara de Braga de tomar decisões de “costas voltadas” para a sociedade. Os vereadores socialistas realizaram uma conferência de imprensa sobre as obras na Avenida da Liberdade, esta quarta-feira, numa das extremidades, à entrada da sede do Arsenal Clube da Devesa.


Além do timing, já que coincide com as Festas de São João, o líder da oposição no executivo alerta para “o anulamento de cerca de 100 lugares de estacionamento”, algo que “afeta muito todos os comerciantes” e que “poderá levar à falência” deste setor. Por outro lado, dá conta de donos de estabelecimentos que “pagaram a renovação da licença de esplanadas e, passados 15 dias, foi-lhes pedido para as retirar” devido ao início das obras.

Contactada pela RUM, a vereadora com o pelouro das Obras Municipais esclarece que, aquando da renovação das licenças de estacionamento e de ocupação do espaço público para 2023, foi feita a “ressalva” sobre o arranque da empreitada. Ainda assim, garante que “o município irá devolver o valor que, entretanto, foi adiantado por essa ocupação de espaço público, que não vai ser possível”.


Relativamente ao estacionamento, Olga Pereira contraria as contas de Artur Feio, assinalando a perda de 19 lugares. “Atrevo-me a dizer que, hoje em dia, antes da obra, a Avenida da Liberdade não tem 100 lugares de estacionamento. Aliás, na parte norte da Avenida da Liberdade já não é permitido estacionar. Onde há algum estacionamento é na parte sul e o número de lugares de estacionamento que vão ser suprimidos são absolutamente residuais”, corrige a versão do PS.



Troca de argumentos invoca realização de feiras e identidade do São João


Há outro diferendo no que diz respeito à fatura demostrada pelas duas partes. O socialista acusa a Câmara de Braga de ter gasto 400 mil euros na implementação do modelo pop-up de vias partilhadas entre veículos automóveis e bicicletas, abrangendo a Avenida da Liberdade, que agora, refere, vão ser “destruídas”. Por seu turno, Olga Pereira esclarece que a autarquia apenas despendeu 12 mil euros, na utilização de tinta, e que essas vias “deixam de fazer sentido porque serão criadas ciclovias segregadas”.

O PS mostrou também dúvidas sobre o funcionamento das feiras, que decorrem na N101. A vereadora explica que pode haver “algum ajuste espacial”, mas garante que já foi “tudo conversado com os comerciantes”. “Vamos tentar que, à terça, na Feira Semanal, a única que ocupa uma parte da via, possamos trabalhar noutra frente de obra para não a colocar em causa”, explica.


Apesar de a autarquia já ter assegurado que as Festas de São João vão sofrer adaptações devido às obras apenas este ano, Artur Feio diz que existe “a perceção popular de que há a vontade de desenraizar a tradição e de tirar o evento da Avenida da Liberdade”. “O novo alinhamento e reperfilamento das ruas, que passam a ter uma zona de ciclovia, uma zona de espaço verde e uma zona de passeio, deixam de poder albergar as famosas barraquinhas de São João. Esta retirada da identidade cultural preocupa-nos”, afirma.

Olga Pereira frisa que a organização do evento cabe à Associação de Festas de São João, que “soube que ia haver a intervenção na Avenida da Liberdade a tempo de conseguir concretizá-las o melhor possível dentro dos constrangimentos existentes”. Em relação ao próximo ano, aponta para “um espaço completamente renovado”, fazendo referência à conclusão das obras naquele local.

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Tiago Barquinha
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