Braga. PS insiste em estudo de impacto das novas residências universitárias

Os vereadores do Partido Socialista em Braga insistem que é necessário estudar o impacto das novas residências universitárias, nas imediações do campus de Gualtar. Numa altura em que o município de Braga aguarda a formalização de propostas de empresas tendo em vista a obra de requalificação da antiga Fábrica Confiança, os socialistas alertam para a necessidade de o município antecipar o impacto real que aquela zona irá sofrer com mais cerca de mil pessoas em circulação.
Recentemente, os vereadores eleitos pelo PS reuniram com o reitor da UMinho para abordar vários assuntos, entre eles, a nova residência universitária, propriedade da autarquia, mas que será gerida pela instituição de ensino superior minhota. A construção já em curso de uma residência universitária de caráter privado, a poucos metros, também gera preocupação.
Ouvido pela RUM, o socialista Artur Feio lembrou as quase 300 camas novas num alojamento universitário, associadas às 700 na antiga Confiança. “Estamos a falar numa área do território que já é muito densificada e altamente habitada e com uma margem muito pequena de progressão. Na reunião da aprovação da proposta na Câmara, tínhamos levantado a questão da necessidade urgente de haver um estudo que pudesse ser feito, para antecipar os constrangimentos que podiam ser encontrados naquela zona”, aponta. Nessa medida diz que a própria Universidade do Minho “tem recursos internos que podem ajudar o município a perceber, efetivamente, o que dali pode resultar”.
Reitor assume disponibilidade da UMinho para estudar impacto local da nova residência universitária
Ouvido pela RUM, o reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, reconhece “o impacto” local que estas residências arrastam e garante que a instituição de ensino superior está “sempre disponível” para colaborar com a Câmara Municipal de Braga, nomeadamente através de estudos.
“A Universidade tem todo o interesse para colaborar com a Câmara Municipal de Braga no sentido de se perceber, com antecedência, aquilo que podem vir a ser esses mesmos impactos e de se equacionarem soluções que possam obviar eventuais efeitos negativos desta nova situação que aqui vamos viver”, atesta.
As medidas, reconhece, podem contribuir “para que a vida seja mais fácil e mais agradável nesta zona da cidade, com particular destaque para as questões da mobilidade”.
Segundo Rui Vieira de Castro, a possibilidade de entrada de viaturas dos Transportes Urbanas de Braga no campus, desde que algumas questões sejam “salvaguardadas”, foi novamente abordada numa conversa com o presidente do município, Ricardo Rio.
Sublinhe-se que este é um tema antigo entre a instituição e a empresa municipal de transportes. Entre as salvaguardas, o reitor lembra que é necessário “que os veículos sejam adequados ao tipo de vias dentro do campus e que a solução seja, do ponto de vista dos impactos, uma solução adequada, plausível”. “É neste ponto que as coisas estão”, atira.
Socialistas criticam autarquia e sugerem estratégia de atração de estudantes da UMinho para o centro da cidade de Braga
“A inclusão da comunidade académica no centro da cidade de Braga é um ponto que não tem sido trabalhado por parte deste executivo municipal”, denuncia ainda Artur Feio.
O socialista refere que quem passa pela zona histórica da cidade, “percebe perfeitamente que durante a semana, os estudantes universitários são poucos”.
“Há muito pouca vivência efetiva da cidade. Os estudantes têm cada vez mais vivido de e para a Universidade, e não há um chamamento da cidade para que eles possam usufruir e para que a cidade possa ser vivida por todos de uma forma mais alargada e plena”, reflete. Arrtur Feio diz também que este fenómeno não se verifica na cidade de Guimarães. “Percebemos todos que a cidade de Guimarães tem uma comunhão com a Universidade e com os estudantes universitários muito mais plena do que aquilo que Braga tem”, conclui.
