Projeto que irá tornar supercomputador Deucalion “verde” está atrasado

A Universidade do Minho está convencida que o supercomputador ´Deucalion` estará 100% operacional no final de 2023. Contudo, o projeto que visa tornar esta máquina mais ´verde` está atrasado.
Recorde-se que inicialmente, o “Sustainable HPC”, nome do projeto orçado em 7,3 milhões de euros pelo Fundo Ambiental até 2025, estava previsto para o AvePark, local que iria acolher o supercomputador, porém, a morada final do ´Deucalion` acabou por ser o campus de Azurém da UMinho.
Num artigo de opinião num jornal local intitulado “Desta conta da luz é que não estávamos à espera”, o presidente da Escola de Engenharia, Pedro Arezes, alertou que apesar das mais valias, esta máquina “implica um consumo gigantesco de energia, não só para os manter a funcionar como também para os arrefecer”.
“Um supercomputador de gama média, similar ao que foi instalado recentemente em Guimarães, terá um consumo energético similar ao consumo de mais de 100 famílias médias portuguesas (…) o equivalente a uma pequena aldeia”, pode ler-se no artigo.
Questionado pela RUM à margem da cerimónia dos 30 anos do Centro de Computação Gráfica (CCG), o vice-reitor para a Investigação e Inovação, Eugénio Campus Ferreira, recorda que a academia está a trabalhar para que seja possível diminuir os gastos do ´Deucalion`. No projeto estão previstas reduções entre os 25 e os 30%, em termos energéticos.
Para que esta meta seja atingida serão instalados vários painéis fotovoltaicos e baterias para armazenamento de energia elétrica.
Atualmente, o ´Deucalion` está a ser alvo de testes por parte do fabricante e da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), com o intuito de certificar a máquina. “Até ao final do ano estará prontíssima para entrar em funcionamento”, declara o vice-reitor aos microfones da Universitária.
Em dezembro, a FCT pretende abrir candidaturas a projetos de ´Computação Avançada` que irão poder recorrer ao ´Deucalion`, em Guimarães, e ao ´MareNostrum 5`, que está a ser instalado em Barcelona, e que resulta da parceria entre Portugal, Espanha e a Turquia. A informação foi avançada à RUM pelo coordenador-geral da Unidade de Computação Científica Nacional na FCT, João Ferreira.
Neste momento, a Europa conta com três níveis de processamento: petaflop, pré-exascale e exascale. Em breve, estarão operacionais dois supercomputadores exascale: o Júpiter, na Alemanha, e o Júlio Verne, em França.
