Projeto incluIR “tem margem para ser alargado”

Juntos, a uma só voz, com as diferenças que os caracterizam. Assim se passam as férias da Páscoa, em Braga, para 63 crianças e jovens que participam no projeto “incluIR”.
Nas últimas duas semanas, a Escola Francisco Sanches acolheu iniciativas lúdico-pedagógica dos tempos livres, asseguradas CEA – Cooperativa de Ensino Artístico, com o apoio de 97 assistentes operacionais de todos os agrupamentos escolares do concelho. A vereadora da Educação, Carla Sepúlveda, foi assistir ao penúltimo dia de atividades, de uma iniciativa que diz ser “a menina dos seus olhos”.
“Queremos muito que este programa se prolongue durante muitos anos, porque acho que tem margem para continuar e para ser alargado, inclusivamente”, afirmou a autarca. De acordo com Carla Sepúlveda há crianças que “recusam, muitas vezes, ir para as famílias para vir para as férias ‘incluIR’”. Juntar “crianças típicas com atípicas” permite, no entender da vereadora, “alargar horizontes mentais e pensar em atividades inclusivas, onde todos possam participar”.
Dos 63 participantes, 40% são crianças com necessidades específicas. Carla Sepúlveda reconhece que o objetivo era chegar aos 50%, mas, este ano, houve “um decréscimo em relação às atípicas”. A responsável acredita que, em causa, pode estar, por exemplo, “a disponibilidade da família” para tomar conta das crianças, neste período. Ainda assim, o número “é satisfatório”, mesmo que não se aproxime das 100 vagas disponíveis. Em relação às férias inclusivas da Páscoa do ano passado, “houve mais 20 crianças”.
O “incluIR” é um projeto piloto do município de Braga para crianças entre os 6 e os 15 anos, sendo que no caso das crianças e jovens com necessidades específicas é até aos 18 anos. Os valores da inscrição variam entre os 15 e os 40 euros por semana, dependendo do escalação de abono de família.
O programa para as férias de verão está já a ser preparado e as inscrições abrem em breve.
O programa “incluIR” teve início no final de 2022, depois de várias famílias com crianças com necessidades específicas terem pedido ajuda, por não terem retaguarda familiar, nos períodos de pausas letivas. Em Braga, não havia um programa de férias com atividades totalmente inclusivas e que cumprisse todo o período de férias escolares (Natal, Páscoa, Verão – de junho a setembro). O projeto já valeu à Câmara de Braga uma distinção nos prémios Autarquia do Ano, em 2023, na categoria de Apoio Social.
