Projeto da Variante da Encosta previa que fossem abatidas mais árvores

O vereador do Ambiente na Câmara Municipal de Braga, Altino Bessa, revela que em 2020 evitou que sete árvores fossem abatidas na obra da rede pedonal e ciclável da Variante da Encosta, entre a Universidade do Minho e a Avenida dos Lusíadas. O abate de cerca de uma dezena de árvores foi, na ocasião, contestado por vários movimentos, mas segundo o centrista estava previsto o abate de mais árvores do que aquelas que realmente foram retiradas naquela zona. Fruto da contestação popular na altura, a autarquia reagiu até em comunicado, desmentindo alguns “boatos” na altura veiculados que apontavam para a possibilidade de abate de mais de uma centena de árvores [ao longo de toda a variante da Encosta], e sustentando que na totalidade da obra “o saldo de espécies arbóreas a remover e a replantar” era “praticamente nulo”.
No programa de grande entrevista Campus Verbal, Altino Bessa explicou que não foi chamado a acompanhar o projeto [que já respeita ao mandato anterior]. “Só tive conhecimento uma semana antes. Posso dizer que das árvores [que o projeto previa abater] consegui que sete árvores adultas não fossem abatidas. Obriguei, dentro do possível, mas o projeto já estava numa fase que não dava para muito mais”, lembra.
Refere, ainda assim, que por força do abate de cerca de uma dezena de árvores [apenas naquele traçado], a autarquia plantou na área envolvente à paragem de autocarros da Universidade do Minho 24 árvores.
Sobre outras situações em que o abate de algumas árvores podia ter sido evitado, diz que em vários processos foi chamado “tardiamente”. “Se há alguns locais onde foram abatidas e que eventualmente se podiam ter procurado outras soluções, admito que sim. Fui chamado a esses processos tardiamente”, justifica.
Nesta mesma entrevista, Altino Bessa faz questão de referir, de forma positiva, o mais recente troço de ciclovia de Braga, na Avenida Dr. António Palha. “Tiramos duas árvores e plantamos noutro sítio, fizemos ecovia pelo meio das árvores”, esclarece.
Situações de árvores cujas raizes degradam passeios e prejudicam a mobilidade dos peões vão sendo “geridas”
Questionado sobre as múltiplas árvores cujas raízes tornaram os passeios intransitáveis e autênticos inimigos para peões e pessoas com mobilidade condicionada, o vereador do Ambiente admite que se trata de uma questão que é preciso gerir de acordo com as circunstâncias. Diz até que “se o município deitar abaixo todas as árvores que causam problemas em passeios, em estradas e algumas infraestruturas, metade das que existem na cidade seriam deitadas abaixo”. Por isso, considera que são situações que é preciso “ir gerindo”. Dando como exemplo a Rua 31 de Janeiro, o responsável explica que nalgumas situações em que alguns cidadãos defendiam o abate, o município “alargou as caldeiras”. “Quando é possível arranjar os pavimentos, adaptá-los, fazemos. O abate da árvore que não estejam em más condições fitossanitárias é sempre a última opção”, assegura.
Nesta mesma entrevista ao programa Campus Verbal foram abordados vários temas, entre eles a continuidade do projeto da coligação Juntos por Braga, uma eventual candidatura às autárquicas e a construção do ginásio num terreno onde foram plantadas em 2015 mais de trinta tílias com o objetivo de ali nascer um parque verde e de lazer.
