Projeto da residência na Confiança “é um dos mais importantes e tem condições para avançar”

A residência universitária pública projetada para o edifício da antiga Fábrica Confiança pode mesmo vir a ser uma realidade. O ministro da Ciências, Tecnologia e Ensino Superior diz que o projeto que a Câmara de Braga e a UMinho vão candidatar ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “tem condições para avançar”, apontando-o como “um dos mais importantes” a nível nacional, tendo em conta que “em Braga e Guimarães é onde há mais necessidade de alojamento a preços regulados”.
Esta sexta-feira, à margem da visita ao IPCA, Manuel Heitor manifestou o desejo de vir inaugurar a nova residência “muito em breve”, lembrando que o PRR prevê uma linha de quase 400 milhões de euros para residências universitárias. Segundo o reitor da UMinho, a recuperação do edifício da Fábrica Confiança e a construção de um novo edifício nas traseiras com capacidade para mais de 750 camas deverá exigir um orçamento de 19 Milhões de Euros.
Em Braga, esta possibilidade pode ser a solução para o problema de falta de camas, há muito reivindicado. Em relação a Guimarães, onde a UMinho tem outro campus, o Governo tinha identificado o Convento Rosa Lima e a antiga escola de Santa Luzia como possíveis soluções, integrando-as no Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior. Esta sexta-feira, Manuel Heitor frisou que os projetos “são todos financiáveis”, aconselhando a Universidade do Minho a integrá-los também no PRR.
“Tenho mantido contactos com o reitor para todos estes projetos serem financiados, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência”, afirmou.
Os projetos devem ser submetidos até setembro, mas o reitor da UMinho alertou ontem para a escassez de informação para concretizar a submissão. Manuel Heitor explicou que “os termos das residências estão ainda em discussão”, garantindo que “não há falta de informação”. “Os avisos estão a ser preparados com as instituições”, acrescentou.
Residência na Confiança será “para todos os estudantes que precisem” e não apenas para estudantes da UMinho
A concretizar-se, a residência universitária nas antigas instalações da Confiança pode não ser exclusiva para estudantes da Universidade do Minho. Segundo o responsável pela pasta do Ensino Superior, “os dinheiros públicos são usados para as pessoas e o que se quer é quartos a preços regulados, para todos os que queiram e precisem”. Recorde-se que, em Braga, existe ainda a Universidade Católica e o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA).
O Governo está “a articular com empresas do Minho para que o projeto das residências seja também um projeto de inovação industrial”. “Estamos a trazer para o projeto empresas que possam usar este mercado emergente de residências para que possam inovar na construção em aço e modular”, detalhou.
Apesar da Confiança ser um edifício classificado, essa condição não trará condicionantes, garantiu o presidente da Câmara, Ricardo Rio. “O edifício está classificado, mas foi aprovado, pelos serviços da Direção-Geral do Património Cultural, um Pedido de Informação Prévia (PIP), que enquadra a construção prevista e que, inicialmente, seria alvo de uma alienação a privados, que não se concretizou. O projeto foi desenvolvido pela Câmara em respeito por esse PIP, portanto não há condicionantes do ponto de vista da aprovação, embora, formalmente, tenha que voltar a ser apreciado”, explicou o autarca.
O projeto, que será submetido ao PRR numa parceria entre a CMB e a UMinho, prevê a criação de um novo edifício nas traseiras da Fábrica Confiança com capacidade para mais de 750 camas. O edifício da fábrica será reabilitado para valências de apoio ao funcionanento da residência com zonas de lazer, de trabalho, restaurantes, ginásio e spa. O orçamento previsto ronda os 19 milhões de euros. Recorde-se que o PRR prevê 375 milhões de euros para resolver o problema da falta de camas para estudantes universitários.
