Projeto da Cáritas Braga ajuda a diminuir abandono escolar na comunidade de S. Gregório

A Cáritas Arquidiocesana de Braga, através do projeto B!Equal, tem conseguido diminuir abandono escolar na comunidade cigana de S.Gregório. Esta comunidade conta com cerca de 40 pessoas, que vivem num acampamento, mas não por muito tempo, uma vez que a BragaHabit conseguiu garantir a construção de dez habitações, para que as famílias tenham condições dignas de vida.
Das 21 crianças de etnia cigana que vivem neste acampamento, apenas uma não frequenta a escola.
Sira Lopes, coordeandora do projeto B!Equal, adianta que, neste contexto em particular, a taxa de sucesso do projeto é considerável, uma vez que a Cáritas tem “conseguido trabalhar o abandono escolar”. “Fazemos a intermediação entre a escola e os pais e temos diminuído o abandono e absentismo escolar”, apontou.
Quanto aos 19 adultos que fazem parte desta comunidade, em S. Gregório, a Cáritas tem procurado ajudar na procura de emprego. Todos em situação de desemprego, uma das ambições da instituição é “capacitá-los para integrarem o mercado de trabalho”. Nestes contextos, adianta a coordenadora, normalmente a taxa de analfabetismo é elevada e, por isso, pretende-se que “adquiram mais competências ao nível da escolaridade”.
Em outras comunidades ciganas do concelho o trabalho ainda é longo. “Os nossos participantes estão entre os 13 e os 16, em idade considerada de casamento para a etnia, ou seja, afastam-se da escola. Temos feito este trabalho ao longo do tempo, de explicar que a escola é importante, mas, por exemplo, temos uma menina que teve um bebé com 13 anos e, neste momento, está em abandono escolar”, explicou.
O B!Equal tem como missão “promover a igualdade de oportunidades e capacitar as comunidades em situações de vulnerabilidade”.
Apoio a famílias afrodescendentes que não suportam despesas de habitação tem aumentado
O número de pessoas afrodescendentes, com dificuldades no acesso a serviços de saúde e habitação, em Braga, tem vindo a aumentar. Cerca de duas dezenas de cidadãos recorreram à ajuda da Cáritas, através do projeto B!Equal, no último ano.
Sira Lopes, em entrevista à RUM, dá o exemplo de uma família que “pagava 1400 euros de renda por um apartamento” e que não conseguiu aguentar as despesas.
Chegam pela mão de familiares, que vendem o país como sendo o sítio ideal para recomeçar. No entanto, chegados a solo português, nomeadamente a Braga, deparam-se com “rendas altíssimas e valores absurdos para cauções”, que colocam “as famílias em risco e à margem da sociedade”.
Através do projeto B!Equal, a Cáritas ajuda estas famílias a integrar o mercado de trabalho.
“Tentamos orientar as famílias e encaminhá-las para respostas mais adequadas, mas também capacitá-las e ajudar na realização de um currículo para a procura de emprego”, detalhou a responsável.
O projeto B!Equal-E9G envolveu 176 pessoas num ano, na maioria dos casos pessoas da comunidade cigana ou descendentes de imigrantes. Com uma intervenção mais ampla nas freguesias de Maximinos, Sé, Cividade e Ferreiros, o projeto tem como objetivo combater a exclusão social e a pobreza.
