Programas de férias de natal geram discórdia na reunião de executivo

A Câmara Municipal de Braga optou por lançar dois programas de férias para este Natal, mas a oposição considera que a maioria de direita “não fez o trabalho de casa” e voltou a demonstrar “insensibilidade” perante questões relacionadas com a integração de crianças com necessidades específicas.

Esta segunda-feira, a maioria aprovou, em sede de reunião de câmara, e apesar das críticas e dos votos contra da oposição, os programas Férias em Grande e Férias Incluir+ (pontos 15 e 13 da ordem de trabalhos), mas no período de discussão, os vereadores socialistas sugeriram que os pontos fossem retirados da agenda no sentido de ser trabalhado um único programa que incluísse todas as crianças, com e sem necessidades específicas, sugestão declinada pela maioria.

Ricardo Rio, autarca local, rejeita a crítica e diz que se trata de uma questão de organização. “Não chegamos a acordo e eu acho que o princípio base tem que ver com o conceito de inclusão. Obviamente que queremos garantir o máximo de participação possível a todos os cidadãos, agora, isso não deve significar que cidadãos que não tenham limitações não possam desenvolver outras atividades distintas daquelas que são possibilitadas. O que aqui está em causa é saber se o vamos fazer num único programa em que há atividades dispersas em locais e em contextos para todos os cidadãos em função das suas possibilidades ou se o vamos fazer em dois programas separados. Nós achamos que é mais racional fazer em dois programas separados, até por questões logísticas, de organização. Naturalmente que o que está em causa não é inibir a inclusão, é garantir a inclusão ao máximo possível”, clarificou.

Na opinião dos socialistas, trata-se de “um programa de primeira e um programa de segunda”


Sílvia Sousa, vereadora socialista, acusa a maioria na câmara de Braga de “insensibilidade” perante questões relacionadas com a integração de crianças com necessidades específicas. Na opinião dos socialistas, trata-se de “um programa de primeira e um programa de segunda”, considerando que a maioria deveria ter articulado os dois previamente numa discussão entre pelouros, já que um pertence ao pelouro do Desporto e outro ao pelouro da Educação. “Não é porque nem todos podem fazer o mesmo que vamos privar algumas crianças de fazer algumas atividades desportivas”, avisou, sugerindo “uma única resposta que permitisse acomodar todas as vontades e necessidades”. Desta forma, considera ainda a vereadora socialista, a CMB “mostra falta de trabalho de casa em cima de uma insensibilidade que começa a ser familiar”.

“Privar as crianças com necessidades específicas das atividades desportivas não é, certamente, um caminho inclusivo”, avisa vereador da CDU


Também o vereador da CDU, Vítor Rodrigues, sublinha que cabe ao município fazer as adaptações para as crianças e não apresentar dois programas distintos que separem as crianças com e sem necessidades específicas.

“Todos os programas devem estar acessíveis no mesmo espaço, na mesma lógica, com as adaptações que têm que ser feitas. Privar as crianças com necessidades específicas das atividades desportivas não é, certamente, um caminho inclusivo”, alertou.

O programa ‘Férias Incluir+’ é divulgado esta terça-feira, data em que abrem as inscrições. O processo de candidaturas prolonga-se até dia 29 deste mês. No caso, as atividades decorrerão todas na mesma escola, revelou a vereadora da Educação e Ação Social, Carla Sepúlveda que fez questão de sublinhar que nas férias da Páscoa de 2023 “podem surgir adaptações” mediante o decorrer das atividades de natal.

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Elsa Moura
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