Programa de férias inclusivo da CMB sem vagas para todos. Pais criticam falta de informação

A Câmara Municipal de Braga (CMB) não acautelou o número de vagas suficientes no programa de férias ‘[inclu]IR’, deixando 24 crianças, 12 das quais com deficiência, sem atividades durante o período letivo e os pais destas impossibilitados de cumprir as suas obrigações profissionais. A denúncia foi lançada pelo Movimento Pais em Luta, esta quarta-feira, que acusa a autarquia de “falta de empatia, de respeito e humanismo”.
Atualmente, a edição de Natal deste programa dispõe de 60 vagas, 30 das quais são destinadas a crianças com deficiência, no entanto o número revelou-se insuficiente para responder à procura existente neste período.
De acordo com Marília Costa, porta-voz do movimento, o município sabia “que o número de crianças com deficiência que frequentam as escolas do município tem aumentado”, por isso “seria também previsível que a procura deste tipo de programas também aumentasse”, mas segundo a responsável isso não acontece há vários anos.
A somar a esta dificuldade, o movimento denuncia que as inscrições não são abertas atempadamente, o que dificulta o trabalho da própria autarquia de “perceber exatamente quais seriam as necessidades e até que ponto é que ia haver esta procura ou não”.
Uma situação que prejudica igualmente os pais que “inscrevem os filhos e depois não sabem imediatamente se têm vaga ou não”, algo que apenas se confirma caso recebam uma referência multibanco para proceder ao pagamento.
À espera que o Município aumente as vagas no imediato
Ao saber da situação, na quinta-feira, dia 11 de dezembro, o movimento contactou através de email o presidente João Rodrigues e a vereadora da Educação, Hortense Santos, mas não obteve resposta até ao dia 16.
Para o movimento, a expectativa é de que as vagas sejam “já” aumentadas visto que há “pessoas obrigadas a meter atestado para conseguir ficar com os filhos em casa”.
“Estamos já numa fase de férias escolares e portanto isto vai manter-se até janeiro? O que nós precisávamos mesmo era que o mais depressa possível fossem criadas essas vagas para suprir esta necessidade”, sublinha.
A RUM contactou a Câmara Municipal de Braga, que reagiu apenas ao início da noite em comunicado. Justifica que “até esta edição, nenhuma das anteriores registou falta de vagas”, e que por isso, “este aumento de procura será considerado na definição das edições de 2026, ajustando, na altura, o número de vagas e os recursos disponíveis para responder melhor à procura real”.
Ainda de acordo com a mesma nota, o município irá reunir entretanto com o movimento, apesar de não garantir resposta imediata a estes pais.
