Problemas nas carreiras científicas podem ser minimizados com empregos fora da academia

A nova presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) considera que uma das formas de responder aos problemas das carreiras científicas em Portugal pode passar por encaminhar a massa de doutorados para empresas, autarquias, hospitais e museus, por exemplo.

Na última noite, em entrevista ao programa da RUM – Campus Verbal – , Madalena Alves abordou o crescimento da ciência no país e a necessidade de resolver um dos principais problemas dos doutorados em Portugal nos anos mais recentes. A investigadora assume que as carreiras de investigação “são problemas atuais e futuros, que têm de ser resolvidos e que resultam de uma evolução que a ciência teve”. 

Assinalando que o país precisa de tirar benefício desta massa de doutorados, a também investigadora da UMinho refere que a solução pode estar fora das academias, em empresas e outras entidades. “Os hospitais, os museus, as bibliotecas, os laboratórios de estado (…) há imensas entidades que beneficiarão da integração de pessoas capazes, que se doutoraram e que certamente farão uma diferença nessas instituições”, defende.

Apesar da internacionalização ser importante, a presidente da FCT reconhece também que há muito a fazer para a retenção de talento. 

“Se nós temos bons investigadores em Portugal, deveria ser mais fácil oferecer-lhes o melhor que houvesse para os reter. Há um conjunto de fatores que nos escapam, mas isso vai continuar a acontecer no futuro”, admite. Muitas vezes, investigadores de excelência, saem do nosso país “porque ficam sem contrato e naquele momento não existe nenhum mecanismo que os consiga reter”, lembra. Com ofertas mais atraentes e a ganhar mais, muitos destes doutorados são obrigados a emigrar por falta de resposta.

“Temos que pôr o dinheiro onde ele realmente vai ter impacto”


Na primeira grande entrevista enquanto presidente da FCT, Madalena Alves defende que chegou o momento de perceber o real impacto das investigações científicas que se fazem em Portugal. Diz que é preciso “pôr o dinheiro onde ele realmente vai ter impacto”. 

“Temos muito presente a necessidade de verificar, estudar, tratar os dados dos históricos, do retorno dos investimentos efetuados em ciência nos últimos anos e perceber quais são os investimentos onde o retorno para o país é mais significativo”, esclarece.

Madalena Alves reconhece que há áreas onde Portugal “tem uma palavra” a dizer em termos internacionais e que pode fazer contribuir para o avanço global na ciência, mas outras em que nem tanto, daí que essas escolhas devam depender de uma “estratégia previamente definida”.

Madalena Alves é a primeira docente da UMinho a assumir a presidência da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

A entrevista completa ao programa da RUM Campus Verbal está já disponível em podcast em rum.pt

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Elsa Moura
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