“CP precisa mesmo de modernizar a frota para responder à procura”

O presidente do conselho de administração da CP, Pedro Moreira, assume que tem sido difícil responder à procura crescente e à necessidade de renovação de frota, ele que acredita que a linha de alta velocidade vai libertar ferrovia para melhorar tempos de viagem nos diferentes serviços que a empresa presta.
A Comboios de Portugal tem registado um crescimento continuado no número de passageiros, cerca de 13 milhões face a 2023 perfazendo um total de 185 milhões de passageiros em 2024.
O passe ferroviário verde tem, na opinião do responsável da CP, “impulsionado a transferência modal” revelando que nos intercidades resultou num aumento de 56% do número de passageiros entre o primeiro trimestre de 2024 e o primeiro trimestre de 2025. Já nos comboios intergionais ou regionais o aumento foi “superior a 120%” o que também “cria dificuldades” relacionadas com limitações de material circulante.
Aliás, nesse ponto, Pedro Moreira mencionou que a CP “tem tentado ganhar tempo com material mais antigo que foi moernizado e colocado ao serviço, mas com limitações”.
“A CP vai precisar mesmo de modernizar a sua frota de material circulante para dar resposta ao crescente aumento de passageiros que tem verificado”, enfatizou.
Nos investimentos previstos nos comboios regionais “há um conjunto de veículos que está a ser fabricado em Espanha”. Já sobre o concurso impugnado, a CP está ainda a “tentar ultrapassar a situação”, que resultará na aquisição de 117 novos comboios, dos quais 62 são para comboios urbanos, doze dos quais “vão reforçar a oferta da Linha do Minho”.
O responsável falava esta terça-feira na tertúlia que assinalou os 150 anos da chegada do comboio a Braga, mas que pretendeu perspetivar o futuro ferroviário na região e no país.
O responsável fez questão de lembrar a plateia que na ferrovia, “correndo bem e sem impugnações de concurso, entre o momento em que se lança o concurso e a receção das primeiras unidades passam pelo menos cinco anos”. “Não existem comboios disponíveis num stand, é sempre um processo muito demorado, mas temos que o fazer. Estes comboios são os mais novos que a CP e já têm mais de vinte anos. Podem não parecer porque a manutenção é muito boa, mas vamos precisar de dar resposta, por um lado com mais material circulante, por outro, tirando partido dos investimentos de modernização da infraestrutura que permitam aumentar a capacidade para fazer esta transferência para o modo ferroviário”, analisou.
Nesta mesma conferência, promovida em conjunto pelo município de Braga, IP e CP, realizada na Galeria da Estação, o presidente do conselho de administração da Infraestruturas de Portugal, Miguel Cruz, avisou que a localização da estação da alta velocidade de Braga ainda não está definida. Já a vereadora com o pelouro da mobilidade no Município de Braga, Olga Pereira, reclamou investimentos para a região na área da mobilidade notando que o Minho continua a ser prejudicado em detrimento das áreas metropilitanas de Lisboa e Porto.
A conferência pode entretanto ser escutada na integra aqui
