Praça do Município debate remunicipalização da Agere

A remunicipalização da Agere esteve em debate no Praça do Município. Na semana passada, a vereadora da CDU, Bárbara de Barros, apresentou, em reunião de executivo municipal, uma proposta com vista a que a autarquia bracarense adquirisse, na integra, a empresa municipal. A Agere é detida em 51% pelo Município de Braga e em 49% pelo consórcio Geswater.

A proposta em questão foi chumbada pela maioria liderada por Ricardo Rio que justificou a decisão com a premissa de que a autarquia não tem atualmente as verbas necessárias para adquirir a empresa municipal, logo este é um objetivo que será adiado para o próximo mandato.

Para o comentador convidado, Carlos Almeida, este processo tem de ser iniciado de uma forma célere o que significa “estudar a remunicipalização” e “iniciar as negociações com o consórcio privado”. Para o comunista o argumento utilizado pelo presidente pode “durar eternamente porque não haverá um momento ideal em que o Município diga que tem 30 ou 40 milhões de euros para remunicipalizar a Agere”.

Por seu turno, João Granja não considera um bom presságio a autarquia partir para negociações com os privados quando não tem verbas para negociar. Outra das questões levantadas pelo comentador prende-se com o facto de nunca os privados terem comunicado a sua intenção de vender a sua parte da empresa.

A Agere foi adquirida pelo grupo privado por 26 milhões de euros. A mais recente avaliação da empresa municipal avaliou a Agere em cerca de 100 milhões de euros, logo “não é expectável que o custo da parte privada da empresa possa, a meu ver, ser inferior a 50 milhões de euros”, refere. De frisar que o período estipulado no contrato para resgate já expirou.

Durante os 50 minutos de conversa, Carlos Almeida não deixa passar em branco as falhas da Agere e da Braval. O comentador classifica o serviço como desadequado às necessidades dos bracarenses, visto que há lixo a ser acumulado em várias zonas da cidade, e a cistos levados. Segundo o comunista, uma casa fechada durante um mês sem consumos terá, mesmo assim, de pagar perto de 13 euros só em taxas. Além disso, faltam medidas para combater as descargas no Rio Este.

João Granja concorda que alguns serviços têm de ser reforçados de modo a prestar um melhor serviço, nomeadamente, na recolha de lixo, sendo necessário, por vezes, mais civismo da parte das pessoas no sentido de quando um ecoponto estiver cheio procurarem um livre ou aguardarem pela passagem dos serviços para depositarem os seus resíduos.

O comentador político recorda que os trabalhos para a construção da nova ETAR deverão arrancar em breve, sendo certo que a obra deverá rondar os 30 milhões de euros e o Ministério do Ambiente só deverá comparticipar a mesma com 9 milhões.

“A Câmara Municipal pode endividar-se para apoios à tesouraria, mas para aquisições desta natureza não pode ir à banca. Não há condições objetivas sem sacrificar outras realidades”, remata.

Recorde-se que na passada reunião de executivo municipal o vereador do PS, Hugo Pires, avançou que o partido vai apresentar uma proposta idêntica à já apresentada pela CDU, mas incluindo a constituição de uma comissão de negociação com os parceiros privados da Agere. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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