Comentadores do Praça do Município contra novo parque subterrâneo no centro

Os comentadores do programa de debate político da RUM, Praça do Município, não vêem com bons olhos a criação de um parque subterrâneo para servir o Hotel Plaza Central, que deverá nascer no edifício contíguo ao Recolhimento das Convertida, até 2024. Trata-se de um investimento de 16 milhões de euros da parte do grupo Hoti Hotéis que deverá empregar cerca de 40 funcionários.
O projeto prevê a construção de um novo edifício de cinco pisos e um parque subterrâneo na zona de proteção das Convertidas classificada há 10 anos como de interesse público. Além disso, os promotores comprometem-se a disponibilizar ao público uma zona verde de 1.500 metros quadrados com acesso direto ao Recolhimento.
Jorge Cruz diz ter “muitas dúvidas em relação à volumetria” do novo edifício. Relativamente às escavações para a construção de um novo parque subterrâneo, o comentador considera desnecessário, visto que já existe uma infraestrutura semelhante naquela zona da cidade.
Quanto à possibilidade de vir a nascer no Recolhimento das Convertidas um museu virtual da cidade, o comentador olha para esta possibilidade como a resposta a uma lacuna na cidade que pode ser uma mais valia para a candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027.
Recorde-se que o anterior vereador do Património, Miguel Bandeira, votou contra o Pedido de Informação Prévia (PIP) para a construção deste hotel, muito devido a estas novas construções numa zona que é de interesse público.
“Via com melhores olhos um estacionamento protocolado com o parque existente”, começa por dizer João Granja. Tendo em conta que este não será o caminho seguido pelas partes, o comentador pede rigor para que não sejam cometidas “atrocidades sobre o património” da época de Bracara Augusta que pode ser relevante para a cidade.
Para João Granja a ideia de criar um museu virtual no Recolhimento das Convertidas é algo interessante, pois o “espaço não é tão grande como isso”. Uma possível colaboração com a Universidade do Minho e empresas especialista na área podem concretizar um projeto e museu de “última geração”.
Já Carlos Neves pede celeridade no processo de passagem da propriedade do Recolhimento das Convertidas do Ministério da Administração Interna (MAI), agora liderado pelo deputado eleito por Braga, José Luís Carneiro, para as mãos da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado que poderá fazer uma troca de imoveis, nomeadamente, com os Biscainhos.
“Estamos a aproximar-nos do período de programação do Portugal 2030 e para que a qualificação do espaço seja incluída nos projetos sujeitos a financiamento é fundamental que a propriedade seja realizada. Caso contrário o município não poderá fazer a candidatura”, refere.
O convidado do programa deste sábado, com reposição esta segunda-feira, declara que no seu entender qualquer que seja o fim dado ao imóvel será positivo, uma vez que a infrestrutura do século XVIII se encontra em elevado estado de degradação.
