Portugal reforça em 51% contribuição financeira para a Agência Espacial Europeia

Portugal vai aumentar em 51% a sua contribuição financeira para a Agência Espacial Europeia (ESA) durante o período 2026-2030, para um total de 204,8 milhões de euros. Em comunicado, o ministério tutelado por Fernando Alexandre fala do “maior aumento de sempre” na subscrição plurianual da ESA.
Este reforço “visa incentivar a criação de mais e melhor investigação, novas empresas, a atração de empresas multinacionais e de investimento estrangeiro, gerando postos de trabalho altamente qualificados, por forma a reter o talento formado nas universidades portuguesas, nomeadamente em cursos de Engenharia Aeroespacial”.
No mesmo comunicado, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) refere que “só nos últimos cinco
anos, foram criados cursos de Engenharia Aeroespacial nas Universidades do Porto, do Minho, de
Aveiro e de Évora”. Além disso, “o número de empresas do setor espacial tem também vindo a crescer, tendo duplicado nos últimos 10 anos (de 42 para 84)”. “Um estudo socioeconómico da Novaspace aponta, aliás, efeitos muito positivos do setor do Espaço na economia portuguesa, com um retorno de 2,17 euros por cada euro
investido”.
Tendo em conta o crescente impacto da área do Espaço noutros setores, este orçamento conta com
a participação de várias áreas governativas.
A Ciência e Inovação vai assegurar os programas obrigatórios, designadamente o Científico, e os
programas opcionais mais diretamente associados às missões científicas e à colaboração entre
centros de investigação e empresas tecnológicas.
As outras áreas governativas e a Região Autónoma dos Açores contribuem em programas opcionais
como a Observação da Terra, Segurança Espacial, Transporte Espacial, Comunicações, Tecnologia
ou Resiliência.
Uma das missões financiadas é o Space Rider, que tem como objetivo o desenvolvimento de um
veículo espacial reutilizável para a realização de experiências científicas em microgravidade e para
testar tecnologias de serviços de outras missões espaciais. O local de retorno do veículo será ao
largo da ilha de Santa Maria, nos Açores, criando um Centro Tecnológico Espacial.
Na área da Resiliência, o investimento português, assegurado sobretudo pela área governativa da
Defesa, ajudará a criar capacidade tecnológica nacional e a posicionar a Constelação Atlântica para
o futuro Serviço Governamental de Observação da Terra da União Europeia. A Constelação
Atlântica é um sistema integrado de Observação da Terra que irá proporcionar a capacidade de
monitorização estratégica a partir do espaço, fornecendo informação crucial para a defesa e
segurança, incluindo a preparação de exercícios militares e o apoio a operações civis e de gestão de
emergências, abrangendo fogos florestais.
A proposta nacional será apresentada pelo Ministro da Educação, Ciência e Inovação, durante o Conselho Ministerial da ESA, que se realiza em Bremen, na Alemanha, amanhã e quinta-feira, e que reunirá os 23 Estados-membros, países associados e a Comissão Europeia.
