Portugal pode baixar para 3 mil casos diários em duas semanas

O epidemiologista Manuel Carmo Gomes revelou hoje, no encontro no Infarmed entre especialistas e responsáveis políticos sobre a situação epidemiológica do país, que se for mantida a tendência registada nos últimos dias, Portugal pode descer para o patamar dos três mil casos diários dentro de duas semanas. 

O professor de Epidemiologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa alertou para o facto de a velocidade de redução da transmissibilidade abrandar, demorando agora mais tempo a baixar novamente.

“O R tem apresentado uma tendência descendente, mas é preciso um certo cuidado: para determinado nível de confinamento, o R desce mas depois tem tendência para estabilizar. O facto de estar com nível baixo, 0,82, significa que o número de casos vai continuar a descer mas a velocidade a que desce pode parar de aumentar. Neste momento estamos a estimar que teremos uma redução a metade do número de casos em 14 dias, sendo que daqui a duas semanas podemos chegar à zona dos três mil casos [diários]”, revela o especialista.

Na análise, Manuel Carmos Gomes alertou que  “o número de casos explode a partir de determinada altura” e que “podemos andar um mês com a sensação que está tudo sob controlo”.


Para exemplificar este risco, destacou que no Natal o país estava com 3.500 casos e que “em seis semanas” passou para 12 mil. “Tenham atenção que que temos variantes com maior transmissibilidade” no país, argumenta ainda perante os responsáveis políticos.


Especialista Baltazar Nunes recomenda manutenção das medidas de confinamento até final de março

Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge foi outro dos especialistas ouvidos na reunião do Infarmed e informou que Portugal é dos países europeus com maior número de medidas de restrição em funcionamento, mas acrescentou que ainda serão precisos dois meses de confinamento para reduzir significativamente a ocupação em unidades de cuidados intensivos.

“Precisamos de manter estas medidas de confinamento por um período de dois meses para trazer o número de camas ocupadas em cuidados intensivos abaixo das 200 e a incidência acumuladas a 14 dias abaixo dos 60 casos por 100 mil habitantes”, resumiu Baltazar Nunes.

De acordo com o especialista, é necessário manter o confinamento com escolas fechadas durante 60 dias para se conseguir chegar a uma incidência acumulada a 14 dias abaixo dos 60 novos casos por 100 mil habitantes e menos de 200 doentes internados em unidades de cuidados intensivos.

Mas este é o cenário com previsões de transmissibilidade com um período mais alargado. Baltazar Nunes traçou outros dois cenários de confinamento com escolas fechadas, a 30 e a 45 dias. Porém, o cenário a 60 dias “é o que consegue trazer os níveis de ocupação nas UCI para valores mais baixos”: 200 em Abril, a partir de 15/20 de Janeiro, especificou.  

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