Portugal em estado de emergência até Maio

Vai ser renovado o estado de emergência em Portugal até ao dia 1 de Maio. O anúncio foi feito ao início da tarde desta sexta-feira pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
“Está formada a minha convicção quanto à renovação do estado de emergência até ao dia 1 de Maio, pelas 24 horas”, afirmou o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa falava a partir do Palácio de Belém. O Chefe de Estado deu conta de que ainda serão ouvidos os especialistas e o Governo, sendo que a aprovação da renovação terá que ser sujeita a aprovação na Assembleia da República.
“Não podemos brincar em serviço. Não é altura de baixar a guarda”, sublinhou o Presidente da República.
Já esta manhã, em entrevista à TVI, o primeiro-ministro, António Costa, havia dito que “neste momento, seria um sinal errado para o país retirar o estado de emergência”. “Seria um sinal de que podíamos começar a aliviar”, frisou.
Marcelo adiantou ainda que não deverá haver necessidade de “repetir restrições tão restritivas como na Páscoa, porque na Páscoa há uma razão especial que não existe nos mesmos termos nas semanas seguintes”.
“Se queremos perspectivas no mês de Maio, temos de garantir, até ao final de Abril, um decrescimento em números absolutos da infecção”, lembrou o Presidente.
“Vai haver muito mais testes”
“Quando renovei o estado de emergência preparei os portugueses para ver o número de infectados subir. Cheguei a falar que poderia atingir no dia 17, mais de 20 ou 30 mil. Vai haver muito mais testes e, dessa forma, nomeadamente nos lares, haverá possibildiade de detectar mais infectados”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República lembrou “a tendência lenta mas consistente de diminuição de casos infectados”. No entanto, frisou, “os números de hoje representam uma quase duplicação”. “Isto pode vir a acontecer com o maior número de testes”, explicou.
Marcelo chamou ainda a atenção para alguma estabilidade nas “proporções” de doentes que precisam de internamento e de cuidados intensivos, sublinhando que ainda “estamos a caminhar para meio da segunda fase”, por isso, acrescentou, “continuamos a ter que prestar atenção, por isso é que o esforço desta Páscoa é tão importante”. “Temos de estar muito focados num combate que ainda não está totalmente ganho”.
Marcelo apoia proposta apresentada pelo Governo para resolução do ano lectivo
Para o Presidente da República, a proposta do Governo é a”solução possível, no meio de muitas incertezas”. É “uma proposta honesta para minorar custos”, considera Marcelo Rebelo de Sousa, frisando que “não há propostas ideais, nem perfeitas nestas circunstâncias”. “Não há como ter uma recuperação integral do tempo perdido. Não há como evitar desigualdades entre criançase entre famílias. Não há como encontrar a melhor forma de avaliação da matéria à medida do que seria normal, num ano letivo normal”, acrescentou.
“Temos que salvar o que se possa salvar do ano lectivo”, mas sempre “dependendo das condições concretas” que se vão verificar em cada momento, sublinhou.
