Portugal e Espanha cimentam aposta nas energias limpas e renováveis

“Fortalecer e aumentar as relações científicas entre Portugal e Espanha”. Foi este o objetivo que residiu ao encontro entre a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e a homóloga espanhola, Diana Morant, que aconteceu, na quarta-feira, no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga.
A construção do Centro Ibérico de Investigação sobre Armazenamento Energético, em Cáceres, em Espanha, e o lançamento da Constelação Atlântica, formada por 16 satélites de observação da Terra, são dois dos projetos ibéricos em cima da mesa.
Segundo a governante portuguesa, a nova infraestrutura terá como base o modelo colaborativo em que assenta o laboratório internacional localizado em Braga, ou seja, financiado pelos dois governos. Com um investimento de 74 milhões de euros, o centro deverá estar concluído no final de 2023 e operacional no início de 2024.
Este espaço destina-se a garantir o armazenamento e a exportação de energia alternativa a preços mais competitivos. “Como todos sabem, o problema da energia afeta-nos, a nível mundial, e o centro vai ter vários projetos, várias linhas de investigação”, refere.
A ministra da Ciência e Inovação de Espanha, Diana Morant, considera que o trabalho colaborativo entre Portugal e Espanha está de “boa saúde” e que “ainda vai melhorar” com este investimento. Trata-se de um centro que vai trabalhar na área das energias verdes e dispor de tecnologias “das mais avançadas do mundo”. “Estamos a apostar nas energias limpas, nas energias renováveis, como nenhum outro país na Europa, porque sabemos que o futuro é renovável”, destaca.
Ciência e inovação no “centro das decisões políticas”
Outro dos projetos conjuntos é o lançamento de 16 satélites para o espaço. O objetivo é, por exemplo, controlar as florestas e bosques de ambos os países. “Através da Constelação Atlântica vamos melhorar as capacidades das tecnologias espaciais que terão impacto no dia-a-dia da sociedade. Pela observação da Terra vamos conseguir prevenir e controlar emergências climáticas, como os incêndios”, explica.
A próxima cimeira ibérica realiza-se, em outubro, em Viana do Castelo. Diana Morant adianta que “muitos dos temas” em agenda relacionam-se com ciência e inovação, destacando que esta área está cada vez mais no “centro das decisões políticas” dos dois países.
