Plano de Desenvolvimento Social de Guimarães prevê bolsa de alojamento urgente

É uma das sugestões vertidas no documento.

Exclusão social e estrutural, vulnerabilidade e risco. São estas as áreas dominantes que caraterizam o Plano de Desenvolvimento Social (PDS) para o Crescimento Inclusivo de Guimarães 2022-2026, apresentado, esta quinta-feira, no auditório nobre do Campus de Azurém.

Trata-se de um instrumento de planeamento da rede social vimaranense, que define as opções estratégicas do município nesta área, baseando-se na identificação das necessidades e no diagnóstico das potencialidades do concelho. A criação de um gabinete de apoio à família, de uma bolsa de alojamento urgente e temporário e de uma feira de emprego bianual são três das propostas.

No que diz respeito à área do risco, inclui as problemáticas das crianças e jovens em situação de privação e em risco, a violência doméstica e a emergência social. De acordo com o documento, são “especialmente relevantes as questões de articulação e de proximidade dos serviços, com a necessidade identificada de definir protocolos e circuitos de atuação mais ágeis e integrados de modo a responder de forma eficaz à emergência, ao risco e ao perigo”. “Foram também identificadas lacunas de intervenção e oportunidades de inovação como a intervenção sobre os agressores ou a utilização de plataformas de comunicação mais imediatas e eficientes na interação das instituições face às necessidades”, descreve.

A temática da vulnerabilidade social está ligada aos seniores e pessoas idosas, pessoas com deficiência e migrantes e refugiados. Foram equacionadas “necessidades de resposta orientadas para as novas problemáticas emergentes: a importância e relevância social dos seniores e da sua inclusão ativa na vida social a todos os níveis (sociopolítico, institucional e económico); dos migrantes e refugiados que se deslocam para as freguesias da periferia e apresentam necessidades específicas na sua integração; e na área da deficiência, com a empregabilidade como grande aspiração sua e das suas famílias”. As propostas viram-se para “modalidades de inclusão assentes no empreendedorismo e qualificação das suas competências”.

Quanto à dimensão da pobreza e exclusão social, o objeto é as dependências, saúde mental, disfuncionalidade e desestruturação individual e familiar e pessoas sem-abrigo. Contando com “um quadro global de necessidade de respostas especializadas e mais profissionalizadas”, a ideia passa por alocar “equipamentos e equipas técnicas vocacionadas que realizem simultaneamente um trabalho de estabilização (mental, emocional, clínico, terapêutico) e de inclusão com a construção de respostas mais eficazes na definição de projetos de vida viáveis e operativos no contexto social onde estes grupos se inserem”.

Por fim, a área da exclusão estrutural destina-se às questões sociais dos jovens NEET (não estudam, nem trabalham), desemprego de longa duração (DLD) e habitação. As propostas vertidas no PDS apontam para “a necessidade de inovação na oferta” em termos de alojamento, “o reforço das qualificações como forma de alteração do equilíbrio contratual no emprego” e “a inovação nas estratégias para com os DLD com projetos de inclusão baseados numa lógica de capacitação e valorização das suas competências profissionais exercidas em modalidades inovadoras do mercado de emprego”.

Presidente da Associação de Surdos de Guimarães abandona sessão em protesto

O PDS, que antecede a Carta Municipal Social, foi elaborado pela Câmara de Guimarães, em parceria com as 11 Comissões Sociais Inter-Freguesias (CSIF). A vereadora com o pelouro da Ação Social fala num “trabalho colaborativo” que pretende responder “aos grandes desafios” que o setor enfrenta.

“Podemos olhar para a pandemia e agora para a guerra, inflação e, consequentemente, para os preços na alimentação e na habitação”, exemplifica Paula Oliveira, salientando a vontade de “fazer tudo o que está ao alcance para promover a felicidade” dos cidadãos.

Mal terminou a intervenção, a presidente da Associação de Surdos de Guimarães e Vale do Ave, Conceição Mendes, levantou-se a contestar a falta de um intérprete de língua gestual portuguesa na sessão e abandonou a sala. A vereadora pediu desculpa pelo sucedido, assumindo a responsabilidade, e garantiu que ia reunir com a dirigente.

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Tiago Barquinha
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Sara Pereira
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