Projeto premiado converte biogás em biometano através de microalgas

Um sistema que usa micro algas para converter biogás em biometano, proporcionando energia limpa e sustentável, venceu o 1º prémio do SpinUM – Concurso de Ideias de Negócio da Universidade do Minho. O projeto intitula-se ‘PhotoUp’ e envolve os investigadores Leandro Madureira, Pedro Geada, Salomé Duarte, Filipe Maciel, Daniel Madalena, Maria Silva e Alcina Pereira.

O gás natural é uma das fontes de energia mais importantes da União Europeia (UE) e cerca de 97 % deste combustível fóssil é atualmente importado. Esta dependência energética representa um problema grave, uma vez que o fornecimento depende de fatores económicos e políticos externos. O ‘PhotoUp_CH4’ é uma tecnologia de purificação de biogás à base de microalgas capaz de capturar/utilizar CO2 e remover o Sulfeto de hidrogênio (H2S) numa única etapa, o que contribui para reduzir significativamente o impacto ambiental e a energia necessária, permitindo reduzir até 80 % dos custos operacionais.

O biometano é uma das alternativas essenciais para atingir a independência energética e impulsionar a descarbonização da Europa até 2050. Em entrevista à RUM, o investigador Leandro Madureira explica que o o biometano “é produzido através do tratamento de resíduos orgânicos”. “Através desse tratamento de resíduos orgânicos, já é produzido biogás, que tem contaminantes para além do metano. Um deles, em maior quantidade, é o dióxido de carbono. Então, precisamos de tecnologias que purifiquem esse biogás, removam os contaminantes e temos uma corrente rica em metano, que pode ser utilizada como substituto do gás natural”, acrescenta.

De forma simplificada, estes gases renováveis são alternativas essenciais para atingir a independência energética. Por ter uma composição idêntica ao gás natural (≥ 95 % de metano, CH4), o biometano pode ser injetado diretamente na rede de gás existente ou utilizado como combustível automóvel, sendo, por isso, reconhecido como o substituto imediato do gás natural. 

Pedro Geada aponta que esta tecnologia está ainda a ser testada e “numa fase muito embrionária. Estamos a falar de testes à escala laboratorial, com algum volume já, mas ainda não estamos prontos para validar esta tecnologia a uma escala pré-piloto.”

“Nesta fase, estamos a conseguir já resultados bastante interessantes e é com base nesses resultados que nós também temos conseguindo vir, no fundo, a explorar esta tecnologia e a conquistar estas vitórias”, destaca.

Reduzir a dependência de fontes externas é um dos objetivos do PhotoUp. Por outro lado, anota Pedro Geada, a pretensão é também “tornar mais acessível uma fonte de energia renovável e, com isso, reduzir também o recurso a combustíveis fósseis que, atualmente, também são diretrizes europeias e mundiais face à crise climática” que o mundo atravessa. 

O PhotoUp_CH4 é uma tecnologia de purificação de biogás à base de microalgas capaz de capturar/utilizar CO2 e remover H2S numa única etapa, o que contribui para reduzir significativamente o impacto ambiental e a energia necessária, permitindo reduzir até 80 % dos custos operacionais. Esta solução constitui um processo rentável e eficiente de base biológica para transformar biogás em biometano, enquanto produz biomassa de elevado valor comercial. 

O UMinho I&D pode ser ouvido em podcast

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Ariana Azevedo
Ariana Azevedo

Jornalista na RUM

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