Petição exige respostas do Governo para os jovens/adultos com deficiência

O Movimento Pais em Luta lançou uma petição para reclamar respostas sociais por parte do Estado para os jovens e adultos com deficiência que, depois de terminarem a escolaridade obrigatória, não têm onde continuar o seu processo de integração/inclusão/socialização.

Em entrevista à RUM, Marília Costa, deste movimento, explica que há muitos pais que se veem obrigados a abandonar a atividade profissional para cuidar dos filhos e que nem todos os espaços para tempos livres aceitam crianças e jovens com deficiência.

Vinca que mesmo as escolas, “quando eles são mais novos, também têm muito poucas respostas”, e que não há horários adaptados aos pais e ao mercado laboral. Marília Costa explica ainda que o principal motivo para lançarem este manifesto foi a greve de fome realizada na última quinta-feira por Jorge Castro, pai de um jovem com autismo, junto ao Centro Distrital da Segurança Social de Braga.

Assim como neste caso, uma vez terminada a escolaridade obrigatória, “não há resposta para os jovens que não sejam capazes de, por exemplo, integrar o mercado laboral”. Segundo a representante, “há necessidade de aumentar o número de vagas nos Centros de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI) e nos Centros de Apoio à Vida Independente (CAVI)”, para acolher estes jovens.

Ressalta ser preciso que a sociedade civil perceba as dificuldades destas famílias, que vivem, em muitos casos, “encurraladas, sem opções”. “Se temos filhos com deficiência que precisam de tantos cuidados, de terapias, de dinheiro para pagar essas terapias, e se ainda por cima temos que deixar de trabalhar, isto é um efeito bola de neve”, lamenta.

A petição que já ultrapassou as 150 assinaturas, sendo precisas 7.500 para ser discutida no Parlamento. Marília Costa explica que para ajudar, basta aceder a página do Movimento e assinar a petição.