“Penso que a seleção portuguesa de clero já é vista como algo normal”

A equipa formada por padres ganhou recentemente a medalha de prata no campeonato europeu da categoria.

No princípio chegou a haver “desconfiança”, inclusivamente dentro da Igreja Católica, mas, passados 18 anos desde a criação, a seleção portuguesa de futsal do clero passou a ser vista como “algo normal”. A opinião é do capitão da equipa, que marcou presença na edição mais recente do RUM(O) Desportivo.

Há duas semanas, o conjunto das quinas participou pela 13ª vez no campeonato europeu da categoria, realizado na Roménia. Chegou à final sem golos sofridos, mas acabou por perder com a Polónia, por 3-2. O padre Marco Gil não esconde “a tristeza e o sabor amargo” pelo facto de terem ficado tão perto do título, falhado por “pequenos detalhes”, com distrações que “não podiam ter acontecido”. Ainda assim, destaca que a equipa “deu tudo” para conseguir o sexto título da sua história.

Já o selecionador Ricardo Costa, famalicense, à imagem do capitão, faz “um balanço super positivo”, enaltecendo o percurso imaculado de seis vitórias sem golos sofridos até chegar à final. “Achávamos que iríamos voltar a ser campeões, mas parabéns à Polónia. Temos de continuar a trabalhar para voltar a conquistar o título”, vira agulhas para a próxima edição.

Em 2024, o evento acontece na Albânia, no ano seguinte na Polónia e, em 2026, à partida, será em Portugal. De acordo com o padre Marco Gil, que ajudou a organizar a competição em 2008, em solo luso, não quer, para já, desvendar a cidade que vai acolher a prova, referindo que está “no segredo dos deuses”.

Os cinco títulos europeus arrecadados – o último em 2019, na estreia de Ricardo Costa – e a presença assídua na prova continental ajudaram a dar “legitimidade” a esta seleção, ao ponto de haver um apoio da Federação Portuguesa de Futebol ao nível da cedência de matéria, desde o ano passado. “Os equipamentos são da seleção portuguesa de futebol. A nível de viagens, custos e tudo mais, cada sacerdote assume as despesas”, esclarece.


Segundo o pároco, estes passos vão permitindo contribuir para a “mudança” sobre a forma como a sociedade vê a atividade. “Antes diziam «Ah, vai jogar? Só se interessa por aquilo». Não, há uma vida totalmente para além da de sacerdote. O futebol ajuda-nos a preencher, a saborear a alegria, ao convívio e à comunhão”, salienta.

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Tiago Barquinha
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