PCP denuncia abusos laborais nos sectores têxtil, calçado e vestuário do distrito
O PCP de Braga acusa as empresas dos sectores têxtil, vestuário e calçado do distrito de explorarem os trabalhadores no período pandémico.
Esta manhã, em conferência de imprensa no Centro de Trabalho de Braga do PCP, o membro da Direcção Regional, António Gonçalves, adiantou que o partido visitou, entre o final de Maio e o início de Junho, perto de 20 empresas e contactou com milhares de trabalhadores, os quais denunciaram alegadas irregularidades praticadas pelas chefias.
Referindo-se sobretudo às grandes empresas, o comunista assinalou que houve um aproveitamento do mecanismo do lay-off para “uma enorme exploração desenfreada por parte do patronato”. “Houve empresas que continuaram a laborar a 100%, coagindo os trabalhadores a assinar documentos para dizer que estavam em lay-off, com a redução de horário”, revelando que houve funcionários “a fazer horas extra e com salários em atraso”.
António Gonçalves assinalou que muitas empresas utilizaram, junto dos trabalhadores, um discurso pressionante para a aceitação das imposições. “Os relatos dos trabalhadores ao PCP comprovam que subsiste o medo instalado pelas chefias com origem na necessidade de não perder o seu trabalho e a de colocar pão na mesa, havendo já casos relatados de uma revolta calada”.
As denúncias recolhidas pelo PCP já foram enviadas à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) mas os nomes das empresas em causa não foram revelados para evitar que os trabalhadores sofram represálias.
O partido vai continuar a ouvir as denúncias dos trabalhadores e, durante o mês de Julho, vai visitar os concelhos de Barcelos, Guimarães, Famalicão e Vizela, nos quais se concentram a maioria das empresas dos sectores têxtil, vestuário e calçado.
