PCP considera insuficiente aumento da verba do OE para a UMinho

O PCP teme que a situação financeira da Universidade do Minho não melhore no próximo ano. Uma delegação chefiada por Belmiro Magalhães, membro da Comissão Política do Comité Central, esteve reunida, esta segunda-feira, com o reitor Rui Vieira de Castro, na antecâmara da discussão do Orçamento do Estado.
De acordo com a proposta do PS, a academia minhota deverá receber 73 milhões de euros por essa via, mais 4,5 milhões do que em 2022. Apesar do aumento, o comunista considera que o valor fica “abaixo das previsões mais otimistas” relacionadas com a taxa de inflação, alertando para o aumento dos preços de bens e serviços.
Belmiro Magalhães fala em “subfinanciamento crónico, que atrofia a resposta que a universidade dá”, e salienta que, com este cenário, no próximo ano, “a situação não será mais fácil do que aquela que hoje se verifica”. O comunista argumenta que o valor transferido através do Orçamento do Estado “apenas cobre 60% das receitas fixas”, o que “obriga a Universidade do Minho a procurar receitas próprias, muitas vezes à custa dos estudantes e das famílias”.
Sendo a academia do país com maior número de estudantes bolseiros, cerca de 6 mil, o dirigente do PCP é da opinião que a instituição minhota tem “uma responsabilidade social acrescida”. No seu entender, com o agravamento da crise, “poderá ficar com menos meios para fazer face a essa situação”. “Isto inquieta-nos e adensa as nossas preocupações. É uma situação que já é grave e que não tem perspetivas de ser melhorada, antes pelo contrário”, acrescenta.
O tema das residências universitárias também foi discutido no encontro com o reitor. Belmiro Magalhães lamenta o atraso dos processos relativos aos edifícios da Fábrica Confiança, em Braga, e da Escola de Santa Luzia, em Guimarães. Mesmo quando foram erigidas, antevê que “a maioria dos estudantes bolseiros vai continuar sem uma perspetiva de alojamento público”.
A proposta de Orçamento do Estado para 2023 será debatida, na generalidade, nos dias 26 e 27 deste mês. A votação final global está marcada para 25 de novembro.
