Paulo Freitas do Amaral lidera grupo de militantes que quer destituir Nuno Melo
Um grupo de militantes do CDS-PP, liderados por Paulo Freitas do Amaral, estão a movimentar-se para destituir Nuno Melo da presidência do partido. Este sábado, está prevista a recolha de assinaturas com vista a abrir um novo ciclo para a escolha do substituto de Nuno Melo.
São necessárias as assinaturas de pelo menos 10% dos militantes ativos do CDS para levar a proposta de destituição ao próximo congresso.
A RUM falou com Paulo Freitas do Amaral que defende a modernidade das políticas do partido ao contrário do que tem sido levado a cabo pelo atual líder que Freitas do Amaral descreve como “excessivamente conservadoras”.
Paulo Freitas do Amaral é primo do ex-líder e um dos fundadores do partido, Diogo Freitas do Amaral, que, entre 1980 e 1983, desempenhou os cargos de ministro da Defesa Nacional e de vice-primeiro-ministro nos três governos da Aliança Democrática (AD).
Na ótica do centrista é premente que o partido regresse à sua matriz fundadora, um partido de “centro, social e democrático”, ideias que “não têm sido defendidos”. A ala jovem do CD, segundo Freitas do Amaral, pretende apostar em políticas económicas pensadas para pequenos e médios empresários assim como defender preocupações sociais que, nos últimos tempos, têm sido coladas à esquerda.
Um dos veículos que despoletou este descontentamento está relacionado com o resultado de uma sondagem realizada pela Pitagórica, em janeiro, em que o partido, que na última legislatura perdeu representação parlamentar, apareceu com 0,0% de intenções de voto.
Paulo Freitas do Amaral denuncia, aos microfones da RUM, o facto de Nuno Melo ter acabado com “grupos de opinião internos” e ter cancelado “atividades em sedes de concelhias”.
O atual administrador da Misericórdia de Guimarães diz estar “confiante” de que mais cedo ou mais tarde, nas próximas autárquicas, a liderança de Nuno Melo “irá cair” como um “castelo de cartas”.
O centrista não poupou nas palavras e considerou que o CDS representado por Nuno Melo e Paulo Portas é uma espécie de “Associação de Reformados” que já não representa o eleitorado.
Recorde-se que o CDS-PP conseguiu manter seis câmaras: Velas (Açores), Santana (Madeira), Ponte de Lima (Viana do Castelo), Vale de Cambra, Oliveira do Hospital e Abergaria-a-Velha (Aveiro).
Este sábado, terá lugar no espaço “Vila Cruz” na freguesia da Cruz Quebrada, em Oeiras, a partir das 15h00, uma ação de recolha de assinaturas para destituir Nuno Melo.
Paulo Freitas do Amaral conta com o apoio de Bruno Filipe Costa que concorreu contra Nuno Melo nas últimas eleições internas. Nos próximos seis meses estão previstas ações em Guimarães, Porto e Felgueiras.
