Paulo Brandão sobre o novo ano: “Theatro Circo será um projecto diferente”

O director-artístico do Theatro Circo, Paulo Brandão, admite que o modo de programar da sala bracarense vai mudar depois de 2020. 

Em virtude da pandemia da Covid-19, a sala foi este ano obrigada a encerrar em Março, a reabrir em Junho, e, de Novembro até ao final de Dezembro, a iniciar os espectáculos às 19 horas à semana e a fechar ao fim-de-semana. A isto somou-se o cancelamento de digressões de artistas internacionais, circunstância que forçou o Theatro Circo a apresentar um cartaz quase exclusivamente nacional.

“A lógica da programação foi interrompida em Março e o balanço do ano é de aprendizagem e reflexão. O Theatro Circo será um projecto completamente diferente a partir do momento em que começarmos a desconfinar, até porque ainda não sabemos quanto tempo é que isso vai demorar a terminar”, diz à RUM o programador da sala.

A diferença, na verdade, poderá passar por manter aquilo que foi o Theatro Circo em 2020: iniciar os espectáculos às 19 horas – “para dar tempo aos espectadores de jantar depois” – e reforçar a aposta na programação nacional. Até Setembro de 2021, Paulo Brandão aponta um cartaz “80%” nacional, estando já prevista, para os primeiros dois meses do ano, a subida a palco de nomes, no domínio da música, como B Fachada, Mão Morta ou Evols.

“Temos muitos criativos na áreas da música, dança e teatro e é possível fazer uma programação só com nomes portugueses”, diz o responsável da sala, destacando o espectáculo “Drama”, do coreógrafo vimaranense Victor Hugo Pontes, como o melhor do ano na sala bracarense, a qual ainda recebeu, no arranque de 2020, os espectáculos da moçambicana Lenna Bahule ou da norte-americana Patricia Barber.

Para o novo ano, Paulo Brandão revela também que o Theatro Circo poderá optar por apresentar cinema, teatro e dança à semana, e música ao fim-de-semana, antecipando a actuação dos norugueses Boy Pablo e do israelita Asaf Avidan, para os meses de Outubro e Novembro.