“Pandemia agravou desigualdade de género”

Cartazes no chão. Máscaras no rosto. Distanciamento social. Era este o cenário que pintava a Avenida Central, em Braga, esta segunda-feira. No Dia Internacional da Mulher, o coração da cidade foi palco de uma concentração, a propósito da Greve Feminista Internacional. Apesar da pandemia, a Rede 8 de Março não quis manter a luta distante e pela voz de várias mulheres fizeram-se ouvir os gritos de luta pela igualdade de género.
É o caso de Thaís Siqueira Canesim. Membro integrante da organização da Rede, a jovem alerta para o facto de “a pandemia ter agravado a desiguldade de género”. “As mulheres foram mais despedidas. Dos despedimentos, 90% foram mulheres”, frisou.
A Rede 8 de Março já havia frisado que a covid-19 “carregou sobre os ombros das mulheres ainda mais tarefas, que se prendem com a articulação da vida profissional e familiar em contexto de confinamento, teletrabalho, ensino à distância”.
“Enquanto emigrantes procuramos o nosso espaço. A esteriotipação das mulheres brasileiras é grande, em Braga. Eu não me sinto integrada”, lamentou Thaís.
Apesar das limitações impostas pela pandemia, a Rede 8 de Março não quis perder o espaço até agora conquistado. Por isso mesmo, respeitando todas as medidas de segurança, quiseram manter a luta pela igualdade de género. “Este espaço que já conquistamos de estar na rua a reivindicar os nossos direitos é importante manter, apesar da pandemia. No entanto, respeitamos todas as medidas de segurança, nomeadamente distanciamento, álcool gel, todos de máscara e com cartazes no chão”, detalhou a jovem.
Com uma adesão maior do que o esperado, em Braga, no Dia Internacional da Mulher não foram só elas a sair à rua. À organização, que agrega diferentes movimentos, juntaram-se vários homens.
No âmbito da Greve Feminista Internacional, além das iniciativas online realizam-se concentrações em várias cidades do país.
