PAN quer impedir construção de açudes no rio Gerês. Autarca garante que não terão impacto

A Comissão Política Distrital do PAN de Braga quer impedir a construção de açudes no rio Gerês, no concelho de Terras de Bouro. Em declarações à Universitária, o porta-voz distrital do partido das Pessoas, Animais e Natureza, declara que esta decisão do executivo pode prejudicar “gravemente a biodiversidade do rio”.

Rafael Pinto garante que este género de infraestrutura “interfere no caudal” do curso de água, logo são necessárias respostas da Câmara Municipal de Terras de Bouro liderada por Manuel Tibo.

Recorde-se que a autarquia já instalou duas plataformas metálicas sobre o rio Gerês. Uma intervenção que o PAN e a Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS) não compreendem, visto que são “duas pontes que não vão para lado nenhum”. “Não fazem sentido”, avisam. A FAPAS já endereçou um pedido à Câmara Municipal de Terras de Bouro no sentido de retirar as plataformas.

Rafael Pinto refere que na reunião com a FAPAS ficou claro que estas duas pontes têm um “impacto elevado a nível paisagístico”, sendo que podem “levar a uma maior acumulação de resíduos e aumentar o risco de cheias” na região.

“Não está nos nossos horizontes a construção de açudes com mais de 3 metros”, responde presidente do Município de Terras de Bouro que acusa PAN de “brincar à política”.

Contactado pela RUM, o presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro explica que todas as intervenções no rio Gerês estão inseridas no âmbito do Projeto Europeu de Dinamização da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além da construção das plataformas a ideia passa por requalificar o saneamento na zona, construir um parque para plantas aromáticas e promover e sensibilizar para a atividade termal.


Manuel Tibo reconhece que “a questão estética e de arquitetura pode ser discutível”, contudo denominar as intervenções de “atentados ambientais” é, na opinião do autarca, “brincar à política”.


O presidente acrescenta que a biodiversidade estava a ser afetada, sim, pelos problemas de saneamento na zona que estão já a ser resolvidos. Manuel Tibo recorda ainda que a autarquia de Terras de Bouro vive com “poucos recursos financeiros”.


Quanto aos açudes, garante que não serão inseridos novos materiais no local. “Não está nos nossos horizontes a construção de açudes com mais de 3 metros. Quando falamos na construção de pequenos açudes estamos a falar de nada mais nada menos que no ajuntamento de algumas pedras para que façam um pequeno espelho de água”. sustenta. O presidente acrescenta que a intervenção não terá efeitos na circulação dos peixes e do próprio recurso hídrico.


A retirada das pontes, a pedido da FAPAS, “não é uma opção” revela o autarca à Universitária.

*Com Elsa Moura e Liliana Oliveira

**A RUM passou a adotar o novo acordo a 1 de Janeiro

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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Carolina Damas
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