OZ Running Team. Projeto espalha-se pelo país para combater obesidade
Iniciou com uma mão cheia de pessoas e, passado menos de um ano, chegou às 50. Criada em abril, a Obesidade Zero (OZ) Running Team está enraizada no norte do país, embora já se tenha alastrado a Lisboa e às comunidades portuguesas em França e no Luxemburgo.
Entrevistado no programa RUM(O) Desportivo, o mentor do projeto explica que o principal objetivo passa por “mostrar que a obesidade não é uma barreira”. Herculano Cardoso pega no seu exemplo – começou a correr em 2015, com 100 quilos, e agora tem 77- para falar da “dificuldade de perder peso, até psicologicamente”, e da necessidade de existir uma fonte de “motivação”.
Entre obesos e ex-obesos, há residentes em Braga, Guimarães, Esposende, Porto, Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Ermesinde e Lisboa, além de alguns elementos que estão emigrados. A equipa divide-se por zonas para treinar, normalmente duas vezes por semana, e participar em provas, consoante a localidade das pessoas.
Segundo Herculano Cardoso, uma das mais-valias deste projeto é ser coletivo, tornando-o, por isso, “inédito”. “Existem algumas iniciativas ligadas à obesidade, mas são muito individualizadas”, assinala.
Para 2023, adianta, a principal aposta será na inclusão. Neste momento, a OZ Running Team conta com o Jamba, atleta paraplégico que realiza maratonas de forma autónoma, e o Hilário, invisual. O objetivo é agora juntar pessoas com deficiência intelectual.
Além disso, a médio-prazo está em cima da mesa a hipótese de a OZ Running Team se transformar numa associação. No entanto, garante Herculano Cardoso, a ideia não passa por fortalecer a vertente competitiva.
Reconhecendo ser “sempre bom ver um atleta da OZ em cima de um pódio, incluindo em termos motivacionais”, o espírito é outro. “Tivemos já muitos casos de atletas que prescindiram de fazer os seus tempos para acompanhar colegas mais lentos”, conta.
