Ouvir, dialogar e redescobrir. Isto é a “Rede Aproximar”

Projecto do Instituto de Educação da Universidade do Minho pretende ajudar a população idosa que está mais isolada e solitária devido à pandemia de Covid-19.

Chama-se “Rede Aproximar” e pretende fazer a diferença na vida de inúmeros idosos que estão, hoje mais do que nunca, em isolamento devido à pandemia do novo coronavírus. Os primeiro passos foram dados na última semana e, actualmente, a iniciativa já se encontra 100% operacional. Com a necessidade de manter o distanciamento social, a ferramenta utilizada para fazer chegar a este público-alvo os múltiplos desafios é a rede social Facebook.


Todo o plano de operações é da responsabilidade do Instituto de Educação da Universidade do Minho (IE) em conjunto com o Centro de Investigação em Educação, o Núcleo de Estudantes de Educação (NEDUM) e o mestrado em Educação. As primeiras estimativas apontam para aproximadamente 600 pessoas a realizar os desafios. Dados que serão confirmados nos próximos dias.

À RUM a coordenadora do projecto e professora do IE, Maria Conceição Antunes, admite que este sistema “provavelmente não irá chegar aos idosos que mais necessitam”, uma vez que não têm as habilidades tecnológicas ou equipamentos para aceder aos conteúdos. Contudo, a responsável frisa que no momento esta é “a ajuda que é possível fornecer, ou seja, tem de ser pela internet”.

Actualmente, a página “Rede Aproximar” já ultrapassou os 800 likes e seguidores. Todas as segundas, quartas e sextas-feiras são publicados desafios. A ideia é que estes idosos não sejam meros espectadores, mas participem, aprendam e desenvolvam ou redescubram as suas capacidades. A docente revela à RUM que a ambição da equipa passa por, no futuro, realizar publicações diárias na página da rede social.

A título de exemplo, a “Rede Aproximar” dinamiza actividades que visam evitar o stress e a ansiedade. Outra das preocupações são as quedas que pretendem evitar. Recorde-se que muitos idosos estão sozinhos devido ao surto epidemiológico que vivemos. Também são organizadas visitas virtuais a museus e/ou monumentos. Para além de tudo isto, a equipa tenta recordar canções e provérbios da infância destes cidadãos. Iniciativas que estão inseridas em quatro campos estratégicos: “estimulação cognitiva, estimulação motora, educação ao longo da vida e cultura, arte e tradição”.

Maria Conceição Antunes realça que o projecto é um verdadeiro desafio quer para professores, como para investigadores e alunos. “Estamos a trabalhar com uma população que não tem hábitos nem habilidade digitais, por isso a construção das ferramentas não é fácil. Estas têm de ser acessíveis e compreensíveis, caso contrário o nosso publico alvo não consegue perceber a mensagem. Estamos a fazer o possível para ir ao encontro das suas motivações, interesses e expectativas”, confessa.

De realçar que o Instituto de Educação da academia minhota está a trabalhar em parceria com alguns lares de idosos, de modo a levar a “Rede Aproximar” e o conhecimento ainda mais além.

Vanessa Batista

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