“Os temas consensuais desta campanha são propostas antigas da CDU”

A candidata da CDU à Câmara Municipal de Braga, Bárbara de Barros, afirma que os temas consensuais desta campanha autárquica já são propostas antigas da coligação PCP-PEV.
Esta quarta-feira em entrevista à RUM, Bárbara de Barros lembrou, por exemplo, que a proposta de uma rede pública de creches agora defendida pela coligação Juntos por Braga e pelo PS já é reivindicada há muito pela CDU.
“Se consultarem o nosso programa de 2017 essa proposta é extraída daí. Essas necessidades continuam a existir, não são uma realidade deste mandato. Custa-nos entender que algumas candidaturas de agentes políticos que têm responsabilidades ao nível da administração central virem propor a criação de creches quando esta é uma exigência nacional”, vincou. Considerando que os municípios “podem ter um papel cooperante”, a candidata da CDU acompanha o projeto “piloto” do atual executivo.
A candidata da CDU recorda que as listas de espera “não nasceram este ano ou no ano passado” para dizer que “este é um dos consensos profundamente eleitoralistas num ano cujo objetivo é ganhar votos e não necessariamente resolver um problema que há muito está identificado”.
Entre as medidas que agora são referidas pela coligação Juntos por Braga e pelo Partido Socialista, mas que já constavam das preocupações da CDU, a candidata Bárbara de Barros aponta a remunicipalização da Agere. “O tal outro que pareceu ganhar um consenso por parte das forças que privatizaram os 49% da Agere. Tanto o PS como a coligação Juntos por Braga rejeitaram a proposta da CDU de remunicipalização desta empresa e que hoje, em ano eleitoral, vêm concordar e consensualizar esta postura”, aponta. Bárbara de Barros considera que se fosse decidido remunicipalizar a Agere em 2013 ou em 2015, o município podia ter alocado verbas para “o investimento da remunicipalização”.
“É preciso retirar o tráfego de atravessamento da cidade”
No plano da mobilidade, a candidatura da CDU à Câmara Municipal de Braga continua a defender uma ligação direta entre a rua Nova de Santa Cruz e a rua D. Pedro V, reconfigurando a Avenida Padre Júlio Fragata para um uso mais urbano.
Para a candidata comunista, a única intervenção da gestão da coligação Juntos por Braga “serviu apenas para aumentar a velocidade dos automobilistas”. “Ou colocar semáforos ou um túnel, mas que houvesse ali uma ligação e, naturalente isto significava uma intervenção de fundo. Ao invés de reconfigurar aquela via, a única intervenção que ali foi feita veio promover o excesso de velocidade”, critica.
A CDU pretende reconfigurar as vias, concluir a variante do Cávado e “retirar o tráfego de atravessamento da cidade”, algo que requer “uma forte aposta nos transportes públicos e nos modos suaves, na circulação de ciclovias devidamente separadas.
“Ninguém quer trocar o automóvel por um autocarro quando tem que estar na paragem mais de meia hora à espera sem saber se o autocarro vem ou não vem”.
Bárbara de Barros, à semelhança dos restantes candidatos à Câmara Municipal de Braga, considera que os TUB continuam a não ser convidativos para os bracarenses e acusa a atual gestão municipal de não ter reforçado o número de autocarros, mas sim, substituído alguns. A ausência de mais faixas dedicadas BUS também é criticada pela candidata que afirma que “só com uma estratégia integrada” será possível alterar o paradigma na cidade.
“Ninguém quer trocar o automóvel por um autocarro quando tem que estar na paragem mais de meia hora à espera sem saber se o autocarro vem ou não vem”, atira.
Sobre o BRT, a candidata da CDU afirma que em causa está o “aproveitamento de fundos comunitários” e defende como prioritária a ligação ferroviária entre as cidades de Braga e Guimarães.
CDU exige investimento “sem medos” na habitação social
Em matéria de habitação, a candidata comunista afirma que a atual gestão municipal fez um recuo “inaceitável” ao optar,recentemente, por anunciar a alienação do terreno que tinha destinado à construção de casas a preços controlados. Acusa a coligação Juntos por Braga de “ceder aos interesses” neste caso em Ferreiros.
Optar pela venda de terrenos municipais impondo a disponibilização de 30% das habitações a preços controlados “não é solução”, na opinião de Bárbara de Barros.
A CDU pretende ainda o realojamento de todas as famílias do bairro do Picoto, mesmo que por enquanto considere “urgente resolver algumas das infiltrações”. “As famílias devem ser realojadas e distribuídas pelo concelho”, defende.
Bárbara de Barros avisa que o investimento nesta área precisa de ser feito “sem medos”.
“Este rejuvenescimento da candidatura fortalece o projeto da CDU”
A candidata, que chegou ao executivo municipal substituindo Carlos Almeida, eleito pela CDU em dois mandatos consecutivos para a vereação, está confiante na sua eleição e adianta até que esta mudança “reforça e ajuda” o projeto da coligação PCP-PEV. “Esta capacidade de rejuvenescimento e de renovação só pode fortalecer um projeto como o nosso”, atesta. A CDU pretende “reforçar o resultado em todas as freguesias, e na câmara e na assembleia municipal”.
“Se um vereador da CDU faz tanta diferença na qualidade de vida dos bracarenses, mais vereadores da CDU significariam sempre um reforço desta voz ativa das populações e dos trabalhadores”, conclui.
OUVIR A ENTREVISTA COMPLETA A BÁRBARA DE BARROS, CANDIDATA DA CDU À CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA
