“Os jovens portugueses saem de casa quando já não são jovens”

“Os jovens portugueses saem de casa quando já não são jovens”. A afirmação surge em tom de brincadeira pelo presidente do Conselho Nacional de Juventude, Rui Oliveira, mas requer toda a atenção da estrutura representativa dos jovens portugueses.
Em entrevista à RUM, na semana em que o governo anunciou novas medidas em matéria de habitação, Rui Oliveira, assinalou a fase tardia em que, regra geral, este processo de transição acontece nas famílias, reivindicando mais apoios do Estado e outra postura das empresas na contratação de jovens. “É uma brincadeira, mas os jovens saem de casa quando já não são jovens. Em Portugal já se sai de casa dos pais aos 33 anos, por isso já não saem de casa jovens”, atira. Sobre o programa Porta 65, o Conselho Nacional de Juventude defende “algumas reformulações”. O CNJ está a analisar o programa e promete apresentar algumas propostas “para breve”, sublinhando, contudo, que “alargar” o programa “é fundamental para responder à crise da habitação”, em parte.
De 18Milhões de Euros, o orçamento do Porta 65 para este ano foi reforçado, passando para 32Milhões de Euros. “Temos um aumento muito significativo, mas não é o suficiente, desde logo porque não vai conseguir cobrir todas as pessoas que se candidatem a ele. O interessante era que todas as pessoas elegíveis para o Porta 65 pudessem receber o Porta 65. É a medida pela qual o CNJ luta”, argumenta o jovem natural de Guimarães.
Recorde-se que Portugal é o país da União Europeia onde os jovens saem mais tarde de casa dos pais. Em 2021, os portugueses ficaram no agregado familiar mais 14,6 anos do que os jovens na Suécia, país da UE onde se sai mais cedo da casa do pais. A média da UE fixa-se nos 26,5 anos.
