Ordenamento florestal em Braga não melhorou desde 2017

O ordenamento florestal em Braga não está melhor quando comparado com o fatídico 15 de outubro de 2017. De acordo com o vereador com a pasta do Ambiente e Proteção Civil no Município de Braga, Altino Bessa, a razão prende-se com o facto da maior parte dos terrenos que foram afetados pelo incêndio que marca a história recente da cidade dos arcebispos estarem nas mãos de privados que deixaram nascer “espontaneamente sem ordenamento” os eucaliptos que há época arderam.

Aos microfones da RUM, o responsável frisa que a “atribuição de licenças nessa matéria assim como a sua fiscalização cabe ao ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas”. “Os municípios nesta área têm poucas ferramentas para intervir no território”, declara.

Contudo, o vereador realça que desde 2017 o Município tem investido milhares de euros, de modo a preparar da melhor forma a época de incêndios.

“Nós temos duas equipas de sapadores florestais em parceria com a Associação Florestal do Cávado que custam aos cofres do Município 50 mil euros cada, sendo que em 2017 não tínhamos nenhuma. Contamos com duas equipas locais de Proteção Civil em zonas sensíveis como é o caso de Pedralva e Sobreposta, duas equipas permanentes de intervenção costeia com 35 mil euros cada e estão sediadas nos Bombeiros Voluntários”, adianta.

O vereador recorda que após os incêndios de 2017 a autarquia intervencionou cerca de 18 quilómetros de linhas de água na área ardida com limpeza de 10 metros para cada lado. Além disso foram plantadas quase 30 mil árvores, de modo a criar uma “zona tampão” nesta região com espécies mais resistentes ao fogo. Ação que foi possível graças a uma candidatura à Agência Portuguesa do Ambiente e ao PRD onde a Câmara conseguiu arrecadar 330 mil euros.

Quando questionado sobre os meios aéreos que Braga terá nesta próxima época de incêndios florestais, Altino Bessa avança que a Autoridade Nacional da Proteção Civil não irá fazer alterações nesta matéria, ou seja, assim como em 2021 o concelho contará com “um helicóptero ligeiro e um pesado”.

No que toca à segurança dos bracarenses, o vereador anuncia aos microfones da RUM que é ambição da Câmara Municipal alargar a videovigilância no Parque da Ponte, das Camélias e na área envolvente do Estádio 1º de Maio assim como já acontece numa área significativa do Picoto.

O Município de Braga não possui câmaras de vigilância florestal, porém o vereador garante que a autarquia está disponível para instalar esta tecnologia caso seja demonstrado que o custo benefício vale apena. “O Estado fez um investimento significativo no Parque Natural Peneda-Gerês e a maior parte não está a funcionar”, adianta o vereador.

Altino Bessa aproveita para recordar os bracarenses que devem evitar a queima de sobrantes. O Município de Braga tem à disposição de todos, de forma gratuita, biotrituradores e limpa bermas que permitem reaproveitar esta matéria através do projeto “Cuidar Braga”.

*Com Catarina Martins.

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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