Oposição de Braga reivindica maior envolvimento nas grandes decisões e espaço no edifício da câmara

Os vereadores do Partido Socialista na Câmara de Braga querem melhores condições de trabalho e um maior envolvimento nas grandes decisões políticas da cidade. Na reunião do executivo, esta sexta-feira, no Centro de Juventude, o vereador socialista, Artur Feio, voltou a criticar o facto de a oposição não ter salas de trabalho no edifício da câmara.
Recorde-se que o gabinete dos vereadores socialistas localiza-se no edifício gnration. “As condições físicas com que fazemos oposição não são aquelas que nós desejávamos. Nós desejávamos há muito tempo estar incluídos em todo o universo municipal, fisicamente falando, e estamos completamente apartados”, critica, argumentando que no espaço atual “não cabem” os quatro vereadores do partido.
Além disso, reforçou a necessidade de os vereadores sem mandato terem assessoria política própria, sustentando com a Lei 75/2013 que estabelece o regime jurídico das autarquias locais. “É de lei a possibilidade de termos assessorias políticas que nos possam ajudar no nosso trabalho, mas foi sempre negado”, denuncia.
Artur Feio critica ainda a dificuldade no acesso à informação sobre grandes projetos para a cidade, nomeadamente sobre o BRT e sobre as novas ligações e variantes, o que, no seu entender, “inviabiliza o papel da oposição”.
“Continuamos a não ter a devida discussão pública das nossas propostas, a ser muitas vezes apartados dos momentos do próprio município, são vários os eventos em que os vereadores do Partido Socialista aparecem, naturalmente, com o direito que têm, sem serem previamente convidados”, elenca, dando também conta da “informação negada ou não prestada” por parte do município sobre os grandes dossiês da cidade.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, desvaloriza as aspirações manifestadas pelo Partido Socialista, considerando que as atuais condições “não condicionam o bom desenvolvimento do seu trabalho”. “Não acho que sejam minimamente cruciais nem necessárias”, considera, defendendo que “continuam a ter acesso a toda a informação e a toda a interlocução com os serviços”.
Quanto ao envolvimento da oposição, Ricardo Rio rejeita a acusação, lembrando as funções que competem aos vereadores com e sem pelouros no executivo municipal. “Uma coisa são questões de gestão corrente, outras são questões de gestão estratégica do município. Nós damos a conhecer muitos dos projetos atempadamente, tentando recolher contributos e envolvê-los na formatação das nossas propostas”, argumenta, relembrando que “quem tem funções executivas, tem que gerir e decidir, quem não as tem, tem que participar e recolher os contributos e estamos abertos a eles”.
