IB-S consolida-se na área da sustentabilidade e procura internacionalização

Consolidadas as áreas da investigação e inovação, o Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-Sustentabilidade (IB-S) da Universidade do Minho quer direcionar-se para a internacionalização. O desafio foi revelado pela diretora do Instituto, Cláudia Pascoal, esta sexta-feira, durante a cerimónia do 8º aniversário IB-S que contou, ainda, com o uma mesa redonda sobre inovação […]
Palavras de Cláudia Pascoal, José Teixeira, Tiago Miranda e Raul Fangueiro a propósito do oitavo aniversário do IB-S

Consolidadas as áreas da investigação e inovação, o Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-Sustentabilidade (IB-S) da Universidade do Minho quer direcionar-se para a internacionalização. O desafio foi revelado pela diretora do Instituto, Cláudia Pascoal, esta sexta-feira, durante a cerimónia do 8º aniversário IB-S que contou, ainda, com o uma mesa redonda sobre inovação social ambiental na era digital e uma mostra de projetos.

O projeto multidisciplinar focado em criar uma sociedade mais sustentável, que reúne “esforços da engenharia e da biologia e da modelação e da eletrónica” e um conselho empresarial com mais de vinte entidades assume agora um novo desafio: “ser não só um ator absolutamente incontornável na região, mas ir muito mais além e ser nas áreas de atuação uma referência a nível internacional.”

Para isso, Cláudia Pascoal diz que o IB-S conta não só com investigação de qualidade que é criada no instituto, mas também com o apoio do tecido empresarial que financia a ciência e é o mediador do “retorno à economia e à sociedade”.

“Hoje mesmo tivemos uma reunião com o Conselho Empresarial e agregámos mais empresas novas que nos vão ajudar a, com base no passado, projetar o futuro, que é no fundo isso que nos importa”, revela.

O IB-S surgiu, em 2017, de um esforço conjunto entre o Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CMBA) e o Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia (ISISE) centrado em criar soluções tecnológicas, com foco na multidisciplinariedade no desenvolvimento sustentável. O conselho empresarial que, hoje, conta com mais de 20 empresas e entidades científicas, promove a imagem do Instituto no setor industrial, assim como, define as principais tendências de desenvolvimento.

Sobre este relacionamento estreito entre a ciência e a inovação, Cláudia Pascoal admite que é preciso alguma negociação e um “sistema muito bem montado”, que respeite o desenvolvimento da investigação, mas também dê o retorno à economia e à sociedade.

“Não podemos ter a ilusão de que conseguimos aplicar algo se não tivermos o investimento inicial, portanto, nós temos diferentes equipas a trabalhar em diferentes fases, uma de resultados a curto prazo, outras a médio prazo e outras a longo prazo”.

Segundo a investigadora, nem só de produtos e soluções se estabelece esta relação, mas também na capacitação da sociedade com a incubação de novas ideias e na “fusão da ciência com questões sociais, económicas, digitais, ecológicas e até culturais”. “É desta fusão que pode realmente nascer uma sociedade mais sustentável”, acrescenta.

Sustentabilidade é uma “questão” de sobrevivência

José Teixeira, presidente do Conselho Empresarial do IB-S, concorda e vai mais longe. Para o empresário, a sustentabilidade “é uma questão de sobrevivência” não só pela questão ambiental, de “manter a casa comum equilibrada”, mas também pelo fator da competitividade.

“O relatório ‘Draghi’ elencou três grandes vetores. Um deles é a sustentabilidade, outro é a inovação. Na inovação está a produtividade e a esta não existe sem um pensamento sustentável. Se as empresas não se alinham vão continuar a fazer coisas feitas em Portugal, mas não vão fazer coisas inventadas em Portugal.”

Na opinião do empresário, o desenvolvimento sustentável é “uma questão de estar alinhado com aquilo que vai ser consumido, discutido e vivido no futuro”, logo a sustentabilidade “tem de ser vista de uma forma que não apenas a das questões muito imediatas, mas aquelas estruturais”. 

Ligação entre sustentabilidade, ciência e inovação não se faz sem a universidade

Para esta transferência de conhecimento, o papel da universidade é essencial e, enquanto presidente do conselho empresarial do Instituto, José Teixeira faz questão de avisar os outros empresários. “Nós não temos capacidade interna nas empresas se não fizermos parcerias com o sistema científico e o sistema tecnológico”, diz.

No momento, o IB-S abarca um grande número de investigadores de várias áreas de especialização, da Biologia Ambiental à Engenharia Civil, passando pela Eletrónica, Biotecnologia Molecular, Ciência de Materiais, Física e Matemática.

De acordo com Tiago Miranda, pró-reitor para a Sustentabilidade e Infraestruturas Físicas da UMinho, esta multidisciplinariedade, “muitas vezes falada, mas muito difícil de colocar em prática” não só é uma característica diferenciadora do IB-S como o consolidou na área da sustentabilidade, “um tópico que há uns anos não era assim tão falado como é hoje em dia”. Além da mobilização das diferentes disciplinas, o IB-S vem alargando também os seus domínios de investigação, nomeadamente, para a área do espaço.

“As pessoas têm as suas áreas de trabalho, muitas vezes a investigação é muito verticalizada, muito de nicho e o IB-S tem esta capacidade de colocar as pessoas a conversarem, colocar as pessoas a colaborarem efetivamente para resolver problemas de dimensão maior”, sublinha.

Para Raul Fangueiro, pro-reitor para Inovação, Empreendedorismo e Transferência de Conhecimento, este é só mais um desígnio do IB-S, ao qual se soma a transferência de conhecimento para a sociedade, seja através da investigação seja através do contacto com o tecido empresarial. 

“O IB-S é, sem dúvida, um bom exemplo dessa dinâmica que a Universidade do Minho apresenta na sua relação com o meio, com a sociedade, com as empresas e com o impacto socioeconómico que tem a sua atividade”, remata.

A cerimónia de comemoração do oitavo aniversário do IB-S, decorreu esta sexta-feira, 13 de dezembro, e contou com uma mesa redonda sobre inovação social e ambiental na era digital e uma pequena mostra de projetos com a chancela do IB-S. O encerramento ficou a cargo de José Teixeira.

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José Brás
José Brás

Jornalista na RUM

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