Observatório Urbano lançado pela CMB vai permitir “ajustar políticas municipais”

Em Braga, o preço de uma casa ronda os 1.700 por metro quadrado, em Lisboa o valor ascende aos 4.500 euros e no Porto ronda os 3.000 euros. A capital apresenta o valor mais elevado das rendas, por metro quadrado, chegando aos 19 euros. Em Braga, esse valor é menos de metade, 8,80 euros, denota-se, ainda assim, um aumento face a 2022, ano em que a renda por metro quadrado custava 7 euros.

Estes são alguns dos dados que, a partir de agora, podem ser consultados no Observatório Urbano de Braga, lançado, esta quinta-feira, pela autarquia.


Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliária, empresa que recolhe e analisa os dados disponibilizados, diz que “Braga continua a ser dos mercados onde as famílias, apesar de tudo, conseguem ter acesso à habitação, em termos cooperativos, com rendas mais baixas”.

Em contraciclo com o país, Braga registou, nos últimos censos, um aumento da população, algo que, no entender de Ricardo Guimarães, justifica a pressão no mercado imobiliário. “Eu acho que Braga pode ser vista como uma cidade atrativa, dinâmica, mas competitiva”, apontou.

A venda de casas tem diminuído, à semelhança do que acontece no país, mas, ainda assim, com uma descida menor (16% em Braga; 23% no país).

“Temos menos oferta para arrendamento e as rendas a subir. O arrendamento não está a beneficiar em termos de aumento de oferta e esse aumento de oferta não está a produzir rendas mais baixas”, destacou ainda.

O Observatório Urbano é, para o presidente da Câmara, Ricardo Rio, “um exercício de transparência, que permite aceder a informação sobre as dinâmicas do mercado imobiliário e ajustar as políticas municipais a cada desafio”. Além disso, acrescentou, “é uma forma de disponibilizar essa informação ao público, que pode acompanhar a evolução do mercado no concelho, mas, sobretudo, aos promotores imobiliários”, que a autarquia quer “estimular a reforçar a resposta às diferentes necessidades que o concelho tem”.

João Rodrigues, vereador do Urbanismo, fala de números “francamente positivos” e destaca os registos de licenciamento, “que bateram recordes”, com “duas mil licenças”. O vereador apontou ainda a um Plano Diretor Municipal “revolucionário”, com o aumento considerável de área urbana. “Braga vai sofrer, nos próximos anos, um ‘boom’ e vai ser possível construir muitas casas”.

Braga tem “níveis francamente competitivos perante a realidade nacional” na habitação

O presidente da Câmara, Ricardo Rio, enaltece o facto de Braga ter “níveis francamente competitivos perante a realidade nacional”. “isso não nos deixa tranquilos, mas, se nós olhássemos para outros concelhos na envolvente, Braga tem de facto valores extremamente competitivos, mesmo com estes agravamentos que se verificaram”, acrescentou.

Ricardo Rio diz que a Câmara tem “feito tudo o que está ao seu alcance para responder às muitas dificuldades do mercado imobiliário”. O autarca reconhece o “agravamento do nível dos valores para a aquisição e para o arrendamento”, mas lembra que “graças aos investimentos concretizados e à resposta que o município tentou desenvolver para apoiar esses mesmos investimentos e as famílias” o concelho manteve níveis competitivos.

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Liliana Oliveira
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