Observatório da Violência no Namoro recebeu 440 denúncias nos últimos cinco anos

Entre 2017, ano em que foi criado, e 2022, Observatório da Violência no Namoro, registou uma média de 73 queixas por ano, sendo a sua maioria da zona do Porto, 39.1%, seguido por Lisboa, 15.2%, e Braga, 11.6%.

A plataforma de denúncia recebeu um total de 440 denúncias nos últimos cinco anos, das quais 87.5% de mulheres, com uma média de idades de 23 anos, de nacionalidade portuguesa (90.2%), estudantes (58.6%), tendo a vitimação ocorrido numa relação heterossexual (84.5%). Em relação às pessoas agressoras, em 88.9% dos casos são homens, com uma média de idades de 24 anos, estando a maior parte, 56.8%, numa relação atual de namoro com a vítima e, em 42% das situações, são ex-namorados. 


De acordo com Ariana Pinto Correia, da coordenação executiva, das 440 denúncias recebidas, 47.5% foram feitas por ex-vítimas e 44.5% por testemunhas, contudo, frisa que “o número total deverá ser muito superior”. “Apenas uma pequena parcela, 8%, são denúncias feitas por vítimas que ainda estão na relação violenta”, sublinha.


As tipologias de violência mais relevantes, segundo as denúncias, são a violência emocional (84.8%) e verbal (83.6%). Já a violência física foi relatada em 49.5% das situações, tendo 18.9% das vítimas recorrido a tratamento médico, sendo que três acabaram por falecer. Em 3.4% dos casos foi reportada tentativa de homicídio. Destaca-se também a vitimação sexual, presente em 23.4% dos casos.

Quanto às principais causas apontadas para a existência de violência durante o namoro, os ciúmes surgem em primeiro lugar com 66.1%. Seguem-se os problemas mentais da pessoa agressora, com 36.8%, e a conduta da vítima foi referida em 17.7% das queixas. “Continua a ideia de que existe o ciúme bom e o mau, a normalização e a desresponsabilização da pessoa agressora”, lamenta.

No âmbito do Dia dos Namorados, esta terça-feira, o Observatório da Violência no Namoro vai apresentar pelas 16h00, no Instagram, os resultados das denúncias recebidas entre 2017 e 2022. A iniciativa conta com a participação da Associação Académica da Universidade do Minho e da Associação Académica de Coimbra.

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Catarina Martins
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