Fotografias de Alfredo Cunha são tributo às mulheres que marcaram a sua vida

Inspirado pelo pai e pelo avô, desde 1970 que Alfredo Cunha usa a câmara fotográfica para comunicar.
Cinquenta anos depois, 420 fotografias capturadas pela lente do fotojornalista juntam-se às palavras de Maria Antónia Palla e fazem nascer “O Tempo das Mulheres”. O livro deu origem a uma exposição com o mesmo nome, que, até ao final do mês de Agosto, ilustra as paredes do Largo do Paço, em Braga.
À RUM, o autor confidenciou a “importância e influência” que as mulheres assumem na sua vida, desde logo a mãe e Maria Antónia Palla, a sua primeira chefe, a quem presta tributo.
“As mulheres estão em todos os aspectos da vida, desde que nascemos até que morremos, parece uma existência paralela na humanidade. A capacidade de trabalho e sofrimento é muito maior nas mulheres”, afirmou Alfredo Cunha.
Entre as 66 fotografias estão rostos e momentos protagonizados por mulheres dos quatro cantos do mundo, de diferentes idades, profissões e origens. Por cada fotografia, uma história.
O livro está dividido em quatro fases da vida: infância, adolescência, idade adulta e cair das folhas (velhice).
“Acolher os trabalhos do Alfredo é acolher cultura e diversidade”
Na inauguração, a vice-reitora para a Cultura e Sociedade, Manuela Martins, destacou “a capacidade do autor de conseguir captar os olhares e o sentimento de quem vive os estágios da vida, em diferentes contextos”.
“Acolher os trabalhos do Alfredo é acolher cultura, diversidade e interacção com a sociedade”, afirmou a vice-reitora.
Manuela Martins diz ainda que Alfredo Cunha é “um veículo de ligação que a Universidade tem, porque através da fotografia consegue trazer a múltipla panóplia que é a sociedade”. “Também aprendemos com a fotografia, é um espaço de mensagem para a nossa formação”, destacou.
A comemorar 50 anos de carreira, Alfredo Cunha participou em importantes momentos da história do país e do mundo: 25 de Abril, Descolonização, queda do Muro de Berlim, guerra no Iraque, guerra civil de Angola ou guerra colonial da Guiné. “A minha preocupação foi viver e documentar o meu tempo”, afirmou a propósito da carreira.
É com um olhar retrospectivo para a presença das mulheres na sua obra que o fotógrafo dá o tiro de partida para a celebração de 50 anos de carreira. O livro assinado pelo fotojornalista e Maria Antonia Palla está a venda na loja do Paço. A mostra estará patente até ao dia 31 de Agosto.
