“O Regresso de Júlia Mann a Paraty”. Uma obra sobre os totalitarismos da sociedade alemã

“O Regresso de Júlia Mann a Paraty”, é um livro que leva à reflexão sobre os totalitarismos e o racismo na sociedade alemã. Quem o diz é António Ferreira, autor do programa Livros com RUM.

O Grande Prémio de Literatura dst, no valor de 15 mil euros, é entregue, esta sexta-feira, 30 de junho pelas 21h00, a Teolinda Gersão, no Theatro Circo. O evento contará com a presença do Ministro da Economia, António Costa Silva. Está também previsto um concerto do projeto Os Poetas, de Rodrigo Leão e Gabriel Gomes.

Atualmente com 83 anos, Teolinda Gersão lançou O Regresso de Júlia Mann a Paraty em 2021, a par da reedição de A Mulher que prendeu a Chuva, aquando dos 40 anos da sua carreira literária como ficcionista, marcada pela publicação da novela O Silêncio, em 1981, a que se seguiu Paisagem com Mulher ao Fundo, em 1982.

“Teolinda Gersão é uma escritora exímia no domínio dos retratos e da construção ficcional”, António Ferreira.


“O Regresso de Júlia Mann a Paraty”, é um romance com três histórias que se entrecruzam. Júlia Mann, mãe de Thomas Mann, grande escritor alemão vencedor de um Nobel, e Sigmund Freud.

Esta obra demonstra um conhecimento profundo da vida e da obra de personagens históricas da parte de Teolinda Gersão que viveu durante três anos na Alemanha, estudou Germanística, Romanística e Anglística nas Universidades de Coimbra, Tübingen e Berlim.

Um livro “interessante”, na ótica de António Ferreira, autor do programa Livros com RUM, que destaca a “forma de escrever” da autora, visto que deixa implícitas várias refleções sobre os totalitarismos e racismo, numa Alemanha que estava a renascer das cinzas.

“Júlia Mann é o cimento das três histórias”, refere o especialista literário, visto que ela, de naturalidade brasileira, assim como o filho sempre tiveram grandes dificuldades de inserção na sociedade.

As questões de sexualidade de Thomas Mann e o processo de construção de algumas das suas grandes obras também estão representadas na obra.

Contudo, António Ferreira considera que entre os finalistas do prémio literário estavam escritoras e obras que merecedoras do galardão como “Ferry”, de Djaimilia Pereira de Almeida, “Um Cão no Meio do Caminho”, de Isabela Figueiredo e “Volta ao Mundo em Vinte Dias e Meio”, de Julieta Monginho.

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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